É a diferença entre o custo do dinheiro para o banco (o quanto ele paga ao tomar empréstimo) e o quanto ele cobra para o consumidor na operação de crédito. Se custo de captação do banco é de 10% ao ano, por exemplo, por meio de poupança, CDBs e outros produtos e ele empresta esse dinheiro por 50% ao ano, a diferença é o spread.
Quais são os custos dentro do spread?
1) custo de captação, que é quanto custa o dinheiro para o banco tendo em vista que a referência é sempre a Selic
2) cunha fiscal, que são os impostos e o compulsório, tanto a prazo quanto à vista (leia mais sobre o assunto neste post). O governo aumenta ou diminui o compulsório conforme o dinheiro que pretende tirar ou injetar na economia
3) despesas administrativas: custos com agências e funcionários
4) custo do risco: claro que os bancos embutem a previsão de perda ou inadimplência
5) margem líquida do banco ou receita.
Qual item tem maior peso?
Segundo estudo da Fiesp sobre o assunto, a inadimplência, a cunha fiscal e o lucro do banco são os três itens que mais pesam. Só para lembrar esses cinco itens são os que compõem também o custo do crédito em outros países. Mas, claro, que o peso lá é diferente, embora a composição seja a mesma. O spread em outros países não é tão elevado como o daqui. Estudo da Fiesp de dezembro de 2009, mede a diferença entre o spread brasileiro e dos demais países do mundo e conclui, com base nos dados do FMI e do BC, que o nosso spread chega a ser, em relação a alguns países, até dez vezes maior.