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Entrega de celular também atrasa diante de escassez global de componentes

Líder de associação do setor, que depende de componentes importados, relata que operadoras já se deparam com a entrega parcial de aparelhos e acessórios

Foto do author Circe Bonatelli
Por Circe Bonatelli (Broadcast)
Atualização:

A falta de chips, que provocou paralisações na indústria automobilística nos últimos meses e afeta agora os cartões de crédito, já causa problemas para o mercado de celulares, que também depende de componentes importados.

O líder de uma associação do setor de telecomunicações relatou que as operadoras passaram a se deparar com situações em que não recebem integralmente encomendas de aparelhos e acessórios. “Muitas vezes se entrega 80% do que foi pedido, mas já vi casos de até 50%”, diz a fonte, que preferiu não se identificar. 

Escassez de componentes para smartphones não deverá resultar em desabastecimento de celulares, acredita setor. Foto: Anushree Fednavis/Reuters - 12/10/2018

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A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) já percebeu a dificuldade das fabricantes locais de adquirir componentes. Segundo o levantamento mais recente, 25% das empresas relataram esse tipo de problema em agosto, contra 16% em julho.

Além de componentes eletrônicos, foram identificadas faltas de outras matérias-primas como cobre, aço, carbono e alumínio.  O presidente da Abinee, Humberto Barbato, explica que a falta de insumos está relacionada às oscilações na oferta e na demanda na pandemia. À medida que setores que sofreram mais – como o automotivo – retomam a produção, outras indústrias são afetadas pela escassez de chips.

Até o momento, porém, a falta dos componentes não se traduziu em um desabastecimento de celulares. “No cenário atual, dificilmente isso vai ser sentido pelos consumidores”, diz o gerente de pesquisa da IDC, Reinaldo Sakis.

Ele acrescenta que a falta de alguns aparelhos só não está ocorrendo porque os consumidores estão retraídos por conta dos problemas econômicos do País, como a escalada inflacionária, que deve deixar até a Black Friday mais tímida.

Claro, Oi, TIM e Vivo não responderam se têm sentido algum tipo de desabastecimento e encaminharam o tema à Conexis, seu sindicato, que disse estar acompanhando o caso e tomando medidas como a antecipação de pedidos.

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