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ENTREVISTA-Brasil não muda status quo petrolífero da região

Por FIONA ORTIZ
Atualização:

O principal produtor de petróleo da América Latina, Venezuela, acredita que, apesar do volume das novas descobertas de reservas brasileiras na famosa zona de pré-sal, o status quo petrolífero da região tende a permanecer igual, com venezuelanos na qualidade de maiores exportadores e norte-americanos como os campeões do consumo. "Este Brasil é um gigante que consome muita energia e nos dá muito prazer que tenha um equilíbrio energético. Isso é importante para não desestabilizar o mercado", disse Rafael Ramírez, ministro do Petróleo da Venezuela, prevendo que o Brasil tende a usar a maior parte das novas reservas para consumo próprio. "Por outro lado, a economia norte-americana parece que vai continuar necessitando de enormes quantidades de petróleo. Mesmo nas melhores hipóteses (de economia e mudanças na matriz energética) vão ter um consumo importante", disse ele. Ramírez alertou para uma redução das expectativas de produção do México, lembrando, porém, que os fundamentos do mercado global estão em perfeito equilíbrio. "Na região temos também um sério problema com a queda da produção mexicana de Cantarell, de maneira tal que, se tratamos de ver o papel da Venezuela, ele segue sendo um papel estratégico fundamental". "Não sabemos se o Brasil certificou suas reservas. Nós acabamos de certificar 5 bilhões a mais de barris. Estamos hoje com 134 bilhões de barris de petróleo em reservas", disse ele, numa tentativa evidente de promover o poderio venezuelano na indústria do Petróleo. "Nós não vemos o Brasil como concorrência e sim como um complemento e temos um conjunto de projetos comuns", falou o ministro, acrescentando que "as duas empresas estatais seguem articulando projetos estratégicos". (Reportagem adicional de Juan Bustamante)

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