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ENTREVISTA-Demanda por cobre no Brasil deve subir de 2009 a 2011

Por PETER MUR
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A demanda por cobre e derivados no Brasil pode crescer em um ritmo mais acelerado nos próximos anos, impulsionado pelo aquecimento no setor de construção civil e pelo aumento nas vendas de carros novos, afirmou uma representante da indústria na segunda-feira. "Nos últimos anos crescemos a uma média de 5 a 6 por cento", disse Sérgio Aredes, presidente da Sindicel, associação que reúne 60 fabricantes de produtos derivados do cobre. "Acreditamos que de 2009 até 2011 provavelmente veremos um crescimento de 7 a 8 por cento", acrescentou. A expansão econômica, alimentada pelos preços elevados das commodities agrícolas e minerais produzidas no Brasil, é o fator que gerou um aumento no consumo. Novos conjuntos de apartamentos e lojas de varejo surgiram em São Paulo, principal centro financeiro do país, enquanto reservas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo foram descobertas um ano atrás, melhorando os prognósticos para o longo prazo. O governo promete mais investimentos, particularmente por meio do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), que traria negócios para o setor, segundo Aredes, caso os gastos com infra-estrutura cresçam. "Ainda não há muitos investimentos nisso. O governo está fazendo muito barulho sobre o PAC, mas há mais coisa no papel do que fora dele. No entanto devem aparecer nos próximos dois a três anos. Isso gera um bom potencial para a nossa indústria", avaliou Aredes. Ele disse que a construção de novas usinas para produzir etanol também aquece a demanda por cobre, assim como a expansão na mineração e nas empresas que prestam serviços públicos. Os preços do cobre tiveram um aumento acentuado nos últimos anos e este aumento dos custos estava sendo repassado às empresas que compõem o Sindicel, provocando uma queda nas margens para absorver uma parte do impacto sobre os consumidores, segundo Aredes. O avanço dos preços deve continuar em razão do aperto na oferta e da expansão na demanda. "Em 2008, estamos trabalhando com uma projeção de 7.500 dólares a tonelada. Elevamos para algo próximo dos 8.200 e 8.500 dólares. Não acho que chegaremos a esse nível, mas não será menor do que 8 mil dólares", avaliou. Aredes afirmou que a indústria investiu pesado nos últimos dois anos, antecipando a continuidade dos aumentos acentuados nos preços. "A demanda está crescento, então você precisa aumentar a capacidade", disse. O Brasil importa 130 mil toneladas de cobre, grande parte do Chile -- maior produtor mundial--, e produz cerca de 220 mil toneladas do mineral, afirmou Aredes.

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