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ENTREVISTA-Neg?cios lentos de caf? podem afetar volume futuro

Por ROBERTO SAMORA
Atualização:

A atual lentid?o nos neg?cios para exporta??o de caf?, em meio a uma safra menor no Brasil e a um c?mbio pouco estimulante, pode se refletir em redu??o de embarques futuros brasileiros. E, caso n?o haja uma intensifica??o nas vendas, o Brasil, maior produtor e exportador mundial de caf?, correria, na pior das hip?teses, at? o risco de perder mercado para algum pa?s com produto mais competitivo. O ritmo lento dos neg?cios "tem um pouco a ver com uma safra menor, com o d?lar e, obviamente, com o fato de que, com esse movimento, o caf? brasileiro se torna mais caro frente a outras origens", disse ? Reuters o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Caf? do Brasil (Cecaf?), Guilherme Braga. Segundo ele, em julho os embarques ainda n?o ser?o afetados pela redu??o das vendas, ficando ligeiramente superiores aos verificados no mesmo m?s de 2006, quando somaram 1,84 milh?o de sacas (60 kg) --a entidade divulga os dados finais no in?cio de agosto. Mas, de acordo com Braga, o "fluxo menor" pode ter efeito sobre contratos para entrega futura. "Existe uma percep??o de que esse volume menor torne dif?cil a realiza??o de embarques futuros, embarques em novembro, dezembro e janeiro", afirmou ele, ponderando que esse movimento ainda n?o est? consolidado e que poderia haver uma recupera??o se os neg?cios deslanchassem mais de agora em diante. O diretor do Cecaf? disse ainda que, "se por acaso, por todos esses fatores, o pre?o interno subir muito e n?o conseguir ser repassado para fora, pode haver uma redu??o futura de vendas", e outro pa?s poderia ocupar espa?o de brasileiros. "Mas n?o estou dizendo que isso ? uma tend?ncia n?o, o fen?meno ? muito recente... se isso se estender, ? evidente que sim (que pode afetar), mas (ainda) n?o existe esse quadro." FRIO, ESTOQUES O diretor do Cecaf? disse ainda que, al?m de a safra 2007/08 ser menor, estimada pelo governo em 32 milh?es de sacas, 10 milh?es de sacas abaixo da verificada em 2006/07 --este ? o ano de baixa no ciclo bianual do ar?bica--, h? ainda o inverno rigoroso no Brasil, que deixa hoje os produtores mais receosos a venderem. "Estamos em um per?odo ainda sujeito ao nervosismo de frio, que atua como um fator de conten??o, h? um volume de recursos (p?blicos) para estocagem bastante amplo, e esses fatores todos somados levam a uma redu??o desse fluxo (de neg?cios)", complementou Braga, discordando ainda que os leil?es governamentais de Pepro estejam entre os fatores que desmotivam as vendas, como afirmaram corretores [ID:nN30314282]. Mesmo admitindo que o d?lar n?o estimula as exporta??es, o Cecaf? prev? que as vendas externas cairiam proporcionalmente menos que a produ??o em 07/08, para um volume entre 25 milh?es e 26 milh?es de sacas no atual ano-safra, contra 29,2 milh?es de sacas da temporada anterior, terminada em junho, em fun??o da colheita menor. Com essas exporta??es, considerando ainda os estoques de passagem em 06/07, a produ??o e o consumo interno em 07/08, os estoques finais brasileiros seriam de cerca de 7 milh?es de sacas em 07/08, na avalia??o do Cecaf?. "Em tese a situa??o n?o ? t?o ruim assim, dentro da perspectiva." (Por Roberto Samora)

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