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ENTREVISTA-Renault vê Mercado brasileiro estável em 2009

Por ALBERTO ALERIGI JR.
Atualização:

A Renault espera que o mercado brasileiro de veículos fique estável em 2009 em relação às vendas deste ano, que tiveram suas estimativas revistas para baixo por causa dos efeitos da crise de crédito no país, que dificultam financiamento aos consumidores e para revendas que estão com níveis elevados de modelos usados. Em entrevista à Reuters, o presidente da montadora no Brasil, Jérôme Stoll, afirmou que mesmo com a estabilidade das vendas ano que vem, o mercado brasileiro continua se destacando. "Quando eu cheguei há dois anos, todas as montadoras esperavam que em 2008, 2009 o tamanho do mercado seria de apenas 1,9 milhão de veículos, mas hoje estamos falando em 2,7 a 2,8 milhões este ano", disse o executivo. O volume previsto para 2008, porém, foi revisto diante da crise financeira, uma vez que mais para o início do ano a expectativa era de vendas de 2,9 milhões a 3 milhões de unidades. "Os emplacamentos (do mercado interno) até agosto eram de 12 mil carros por dia e agora estão em 9 mil, com isso creio que podemos esperar uma queda de 10 a 15 por cento nas vendas nos últimos quatro meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado", disse Stoll. Ele afirmou que em setembro o Brasil foi o segundo maior mercado do mundo para a Renault, após a França, com vendas recordes para o mês de 2.528 veículos. Segundo dados do mercado brasileiro obtidos pela Reuters, as vendas de veículos novos em outubro até sexta-feira passada, mostram uma queda de 12 por cento sobre o mesmo período de setembro e de cerca de 4 por cento na mesma comparação com outubro de 2007. Diante da queda, Stoll aposta em novembro como mês em que se definirá a tendência do mercado brasileiro e das medidas de combate à crise adotadas pelas montadoras, que este mês lançaram mão de feirões e de promoções de juros baixos financiados por seus próprios bancos. Um outro problema gerado pela crise de crédito é o acumulo de estoques de veículos usados nas revendas, disse o executivo. "O problema da rede agora é que eles têm muitos seminovos e para que eles obtenham o dinheiro que precisam para comprar novos carros, eles precisam vender primeiro os seminovos. O estoque de seminovos é bastante importante agora", afirmou Stoll sem poder precisar detalhes sobre o acúmulo de veículos usados em concessionárias. Com a indefinição que os mercados financeiros impõem ao setor de veículos, o executivo afirma que é "muito difícil planejar um orçamento para 2009" mas que a expectativa é de as vendas do setor "se mantenham no mesmo nível de 2008". A Renault, porém, tem como meta elevar sua participação no mercado brasileiro de 4,6 para 5 por cento em 2009, depois de renovar sua linha de produtos com seis modelos até o final do ano que vem. Sob o plano de investimentos da montadora no país de 1 bilhão de reais entre 2006 e 2009, a Renault já lançou cinco modelos, sendo o último o crossover Sandero Stepway. A empresa deve trabalhar em outro plano para o período entre 2010 e 2013 com intenção de lançamento de outros seis modelos, incluindo remodelações e veículos novos, disse Stoll. (Reportagem de Alberto Alerigi Jr, edição de Eduardo Simões)

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