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EUA anunciam tarifa de 25% sobre US$ 50 bi em importações da China

Barreiras americanas atingem principalmente produtos que contêm tecnologia e são uma resposta ao que a Casa Branca caracteriza como “roubo” de propriedade intelectual e tecnologia pela China

Por e Cláudia Trevisan
Atualização:

WASHINGTON - O presidente Donald Trump anunciou nesta sexta-feira, 15, a imposição de tarifas de 25% sobre a importaçoes da China no valor de US$ 50 bilhões, o que deve desencadear uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Pequim prometeu retaliar com medida semelhante e Trump disse que imporá novas tarifas se isso ocorrer.

+ China diz que vai reagir a novas medidas tarifárias dos EUA

Governo americano argumentou que estas tarifas são essenciais para prevenir transferências de tecnologia americana e propriedade intelectual Foto: Evan Vucci/AP

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+ Trump aprova tarifas de cerca de US$ 50 bilhões sobre produtos da China As barreiras americanas atingem principalmente produtos que contêm tecnologia, mas exclui celulares e TVs, e são uma resposta ao que a Casa Branca caracteriza como “roubo” de propriedade intelectual e tecnologia pela China. O principal alvo de Trump é a política Made in China 2025, pela qual o país asiático pretende dominar indústrias emergentes de alta tecnologia que dominarão a economia no futuro. 

+ ‘Guerra comercial é pior que juros altos’, diz professor de economia “Minha grande amizade com o presidente Xi (Jinping) da China e o relacionamento de nosso país com a China são muito importantes para mim. O comércio entre nossas nações, no entanto, tem sido muito injusto, por muito tempo”, disse Trump na nota de anúncio das tarifas. “Essa situação não é mais sustentável.”

+ FÁBIO ALVES A ameaça Trump Em abril, o presidente americano declarou que imporia barreiras adicionais sobre US$ 100 bilhões caso a China respondesse com suas próprias tarifas ao anúncio desta sexta. Se isso ocorrer, Pequim deve retaliar novamente, o que pode criar uma espiral que terá efeitos negativos sobre a economia global. A retaliação chinesa deve atingir principalmente aviões fabricados pela Boeing, carros e soja, o que pode beneficiar o Brasil.  Trump afirmou que o Made in China 2025 vai impulsionar o crescimento chinês, mas prejudicar o americano e de outros países. “Os Estados Unidos não podem mais tolerar perder nossa tecnologia e propriedade intelectual por meio de práticas econômicas desleais”, afirmou.

Produtos. As novas tarifas têm como alvo 1.102 produtos do país asiático, mas não incluem "produtos comumente comprados por consumidores americanos, como telefones celulares ou televisores".

O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) argumenta que a lista foi elaborada baseando-se em muitas informações e através de uma análise de declarações e testemunhos das partes interessadas. "Ela em geral se concentra em produtos de setores industriais que contribuem para ou se beneficiam da política industrial "Feito na China 2025", que inclui indústrias como a aeroespacial, de informação e de tecnologia de comunicações, maquinário industrial, novos materiais e automóveis", afirma o comunicado.

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Os EUA detalharam que as tarifas atingiram 818 categorias de produtos, no valor de US$ 34 bilhões, da lista, e outros 284 categorias, no valor de US$ 16 bilhões. A tarifa sobre o primeiro desses dois conjuntos entra em vigor em 6 de julho, segundo o USTR. 

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