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Eventual bolha no Brasil não teria impacto relevante, diz Moody’s

Segundo agência, elevada solidez econômica do País provém da ampla e relativamente diversificada base de produção e exportação

Foto do author Cynthia Decloedt
Por Cynthia Decloedt (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Ao comentar a elevação do rating brasileiro, a Moody's notou que o atual boom do crédito tem dominado as discussões relacionadas às perspectivas econômicas do país nos meses recentes. Mas a agência considera que mesmo que "um evento do tipo bolha se materializasse, seu impacto sobre o balanço do governo não deve ser substancial". O rating do Brasil foi elevado de Baa3 para Baa2.

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Segundo sua avaliação, a elevada taxa de capital dos bancos brasileiros oferece uma "firme" primeira linha de defesa contra tal evento, "reduzindo significativamente a necessidade de suporte financeiro oficial (do governo)", e a baixa taxa do crédito em relação ao PIB implica que, comparado aos países europeus que experimentaram bolhas de crédito, a potencial magnitude de um evento de crédito sistêmico seria consideravelmente inferior".

Medidas macroprudenciais

A Moody's disse que os fundamentos de crédito do Brasil validam a posição do rating soberano na parte mais elevada da margem Baa e uma moderada suscetibilidade do país a eventos de risco financeiro. A Moody's elevou o rating do Brasil de Baa3 para Baa2.

Segundo a Moody's, a elevada solidez econômica provém da ampla e relativamente diversificada base de produção e exportação. "A manutenção das políticas do governo, assim como a estrutura da dívida brasileira, associadas à taxa de câmbio moderada, rolagem e risco de juro, são elementos integrais do desempenho do crédito soberano", disse a agência. "Nossa expectativa básica é de crescimento econômico relativamente favorável e mais sustentado", diz a Moody's.

A agência notou que esses favoráveis tributos de crédito são contrabalançados, entretanto, pelas evidências recentes de rápido crescimento do crédito, aumento das pressões inflacionárias e sinais de superaquecimento. Mas, acrescenta a Moody's, "os esforços das políticas do governo para amenizar essas condições, até o momento, têm sido eficientes na mitigação de riscos potenciais de crédito".

"Por meio de uma combinação de medidas fiscais e monetárias, as autoridades estão no processo de neutralizar as condições que causaram o superaquecimento da economia. Embora seja cedo para dizer que as atitudes recentes serão suficientes, parecem fortemente comprometidas em enfrentar o problema e conter seu impacto com medidas adicionais, se necessário", destacou a Moody's.

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A agência diz também que a resistência da economia aos choques adversos continua a ser sustentada por um elevado nível de reservas internacionais, taxa robusta de capital dos bancos, e por uma estrutura de dívida do governo com limitada exposição à moeda estrangeira e reduzida participação de não residentes.

A Moody's aponta ainda, para justificar a elevação, aos registros de administração eficiente das políticas em condições adversas, "o que oferece uma importante sustentação ao rating soberano do Brasil".

"As diretrizes orçamentárias que incorporam projeções fiscais de médio prazo para o período de 2012 a 2014 representam uma importante avanço para o processo orçamentário de vários anos. O comprometimento com a meta de superávit primário de 3% do PIB durante o mandato de quatro anos da atual administração - que está implícita nas atuais ação de rating - deve dar suporte à tendência de queda nas taxas de dívida do governo".

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