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Exportador de frango perdeu R$ 1,14 bi com desvalorização do dólar

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Por Redação
Atualização:

São Paulo, 18 - Os exportadores brasileiros de carne de frango deixaram de faturar R$ 1,14 bilhão entre janeiro de 2006 e maio de 2007 por conta da valorização do real ante o dólar, de acordo com levantamento do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), preparado para a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef). O estudo servirá de base para que a entidade reivindique a inclusão do setor nas medidas de apoio às exportações anunciadas no último dia 12 pelo governo federal. Para medir a receita não realizada pelos exportadores, o estudo levou em conta uma taxa de câmbio estável em R$ 2,46 durante o período analisado, a mesma de 2005. A taxa média efetiva do período entre janeiro de 2006 e maio de 2007 ficou em R$ 2,14. Enquanto o dólar registrou desvalorização de 13%, os preços internacionais do frango tiveram aumento de 11% no mesmo intervalo. "O aumento dos preços não compensa o câmbio", argumenta o presidente executivo interino da Abef, Christian Lohbauer. O preço do corte de frango passou de US$ 1,366 por quilo em janeiro de 2006 para US$ 1,528 em maio deste ano, um aumento de 11,8%. No caso do frango industrializado, o valor passou de US$ 2,31 para US$ 2,565/kg, aumento de 11%. O levantamento leva em consideração apenas as exportações de cortes congelados e carne processada, os dois principais produtos exportados pelo Brasil para a União Européia (UE). O período de 17 meses entre janeiro de 2006 e maio de 2007 foi escolhido para evitar maiores distorções, uma vez que os preços e o câmbio tiveram variações muito fortes nos últimos meses. Além da desvalorização do real, o aumento do preço do milho e do farelo de soja tem comprometido a rentabilidade da indústria de frango. Tais preços também subiram mais que o valor da carne exportada pelo Brasil, segundo Lohbauer. O executivo argumenta que os preços internacionais são os melhores da história, mas estão "no limite". "Se aumentarem mais vão incentivar a produção de frango nos importadores", diz. Embora reclame do câmbio, a indústria de frango vê boas perspectivas de mercado no segundo semestre. O Japão está recompondo estoques, o Egito deve voltar ao mercado em agosto e a demanda na Europa tem estado forte. A perspectiva é que as importações do bloco extrapolem a cota de 342 mil toneladas que começa a valer em 1º de julho. México, Malásia e Indonésia são outros bons mercados em potencial.

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