PUBLICIDADE

Família com poder aquisitivo menor puxa confiança do consumidor

FGV indica que nas famílias com renda mensal até R$ 2.400, o Índice de Confiança do Consumidor subiu 7,5% em julho; razão pode estar no fim do ciclo de endividamento no 1º sem

Por Alessandra Saraiva e da Agência Estado
Atualização:

RIO - As famílias de menor poder aquisitivo puxaram para cima a confiança do consumidor em julho. Segundo a economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Viviane Seda Bittencourt, o aumento da confiança entre famílias de menor renda em julho foi acima da média apurada pelo Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que abrange quatro faixas de renda e subiu 5,4% na comparação com junho.Nas famílias com renda mensal até R$ 2.400, o ICC subiu 7,5% em julho; nas famílias com renda entre R$ 2.401 a R$ 4.800, o indicador subiu 9%. O ritmo de crescimento é bem mais fraco nas famílias com maior poder aquisitivo, que tiveram aumentos abaixo da média. Entre famílias com renda de R$ 4.801 e R$ 9.600, o indicador subiu 1% ante junho. Já entre famílias com renda mensal acima de R$ 9.601 houve alta de 2,8%.Para Viviane, as famílias de poder aquisitivo mais baixo encerraram ciclos de endividamentos antigos ao final do primeiro semestre, e agora encontram novas parcelas em seu orçamento para destinar às compras. Isso é perceptível no indicador que mede as expectativas de compras de bens duráveis. A parcela dos que informam maiores gastos com duráveis nos próximos meses cresceu de 17,77% para 18,2% de junho para julho. No mesmo período, caiu de 33,6% para 31,3% os que apostam em menor ritmo de compras de duráveis. "Quem está puxando esta melhora em bens duráveis são as famílias de baixa renda", afirmou.(Alessandra Saraiva)ExpectativaO consumidor espera juros mais baixos e inflação mais fraca nos próximos meses, de acordo com a Sondagem das Expectativas do Consumidor de julho. Segundo a economista da FGV, subiu de 4,5% para 5,8% a parcela dos entrevistados pela sondagem que apostam em juros mais baixos nos próximos meses. Já a projeção de inflação do consumidor para os próximos 12 meses caiu de 7,1% em junho para 6,8% em julho.Viviane explicou que o consumidor sentiu um arrefecimento da inflação nos meses de junho e de julho, e isso afetou projeções em um horizonte mais longo. As avaliações das famílias sobre estes dois fatores ajudaram a compor um cenário favorável para a confiança do consumidor em julho, que atingiu nível recorde.Quando indagada se o resultado da sondagem em julho seria um "balde de água fria" para o governo, em sua estratégia de coibir o avanço do consumo para combater à inflação, Viviane foi cautelosa. "A confiança do consumidor aumentou, mas o ímpeto deste aumento ainda é moderado. Por exemplo, as intenções de consumo de bens duráveis em julho estão elevadas, mas não chegaram ao maior nível da série, que ocorreu em novembro do ano passado", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.