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Fed tinha supervisão limitada sobre Lehman Brothers, afirma Bernanke

Em depoimento preparado para esta terça, presidente do BC dos EUA diz que governo não tinha meios de evitar a falência do banco

Por Marcilio Souza e da Agência Estado
Atualização:

O Federal Reserve não estava ciente do uso de acordos de recompra controversos feitos pelo Lehman Brothers Holdings antes de seu pedido de concordata no auge da crise financeira, afirma o presidente do Fed, Ben Bernanke, em discurso preparado para uma audiência na Câmara de Representantes dos EUA que ocorrerá nesta terça-feira, 20.

 

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No texto, Bernanke diz que o Fed teve supervisão limitada sobre a instituição financeira, sem autoridade sobre o gerenciamento de risco ou a divulgação de informações pelo Lehman. Isso significa que os reguladores do Fed não estavam cientes das chamadas transações "Repo 105".

 

"De fato, de acordo com o examinador de concordata, a equipe do Lehman não reportou essas transações nem mesmo para o conselho da companhia", disse Bernanke no texto.

 

Ele também reiterou que o governo não tinha escolha a não ser deixar que o Lehman pedisse concordata em setembro de 2008 depois que a empresa e as autoridades federais não conseguiram articular um financiamento ou a venda do banco.

 

"Naquela época, nem o Federal Reserve nem nenhuma outra agência tinha autoridade para prover capital ou alguma garantia não securitizada, e portanto não tinha meios de evitar a falência do Lehman", disse Bernanke.

 

A lição do colapso do Lehman, acrescentou, é a de que os parlamentares precisam submeter as empresas grandes e interconectadas a uma "supervisão consolidada robusta" e têm capacidade de corrigi-las antes que comecem a falir.

 

"Um regime como esse protegeria nossa economia e melhoraria a disciplina do mercado ao assegurar que os acionistas e credores da empresa que está falindo assumam prejuízos e que sua equipe administrativa seja substituída", disse Bernanke. As informações são da Dow Jones.

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