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Federarroz defende cotas para importação da Argentina e Uruguai

Por Agencia Estado
Atualização:

Brasília, 21 - A Federação dos Produtores de Arroz do Rio Grande do Sul (Federarroz) criticou o aumento das importações do Uruguai e Argentina durante a audiência pública no Senado sobre a comercialização de produtos agrícolas dos países do Mercosul. As importações desses países no período de 30 de março a 30 de novembro somaram 745 mil t de produto em casca. Em igual período de 2003, foram importadas 725 mil t, mas o déficit de produção do país no ano passado era de 1,5 milhão de t. De acordo com o diretor de mercado da Federarroz, Marco Aurélio Marques Tavares, "nesse ano o Brasil é auto-suficiente no arroz, por isso não haveria necessidade de importação". Ele disse que o descontrole nas importações reduziu os preços de forma acentuada nos últimos 7 meses. No final de abril, a saca de 50 quilos de arroz era negociada a R$ 34. Hoje esse preço é de R$ 23/saca. Ele defendeu também a elevação da tarifa externa comum (TEC) que é aplicada para compras de países que não integram o Mercosul. Hoje a TEC é de 11% para o arroz em casca e de 13% para o produto beneficiado. Para os países do Mercosul, que estão livres da TEC, Tavares defendeu a aplicação de cotas de importação, mas não citou o volume. Ele lembrou que o Uruguai e a Argentina têm 1,5 milhão de t de arroz excedente nessa safra e que admitem a oferta de 950 mil t para o Brasil. Desse total, 650 mil t serão oferecidas pelo Uruguai e 300.000 t pela Argentina. O número total é cerca de 200.000 t superior ao importado de forma regular pelo Brasil. "Subentende-se que está havendo a importação irregular de pelo menos 200.000 t de arroz desses dois fornecedores", de acordo com Tavares. Para ele, o governo também precisa cumprir seu papel e adotar medidas de apoio à comercialização. "No caso do arroz é necessário apoiar pelo menos 20% da safra ou cerca de 1 milhão de t", afirmou Tavares. O deputado Paulo Pimenta lembrou que a proposta orçamentária encaminhada pelo Executivo ao Congresso Nacional prevê apenas R$ 500 milhões para políticas de apoio à comercialização. O parlamentar defendeu a liberação de no mínimo R$ 2 bilhões para apoiar a comercialização.

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