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FGV vê avanço consistente da inflação no começo de 2010

 Para coordenador do IGP-10, aceleração é forte especialmente no varejo

Por Alessandra Saraiva e da Agência Estado
Atualização:

Ao se descontar os efeitos sazonais de reajustes de preços administrados e de alimentos in natura em alta, característicos do início do ano, é possível perceber que houve um avanço consistente da inflação no começo de 2010, na avaliação do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Salomão Quadros.

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"Há uma movimentação de alta. De uns dois meses para cá, houve uma confirmação de uma aceleração da inflação, principalmente no varejo", disse, lembrando que o núcleo da inflação em janeiro atingiu o mais elevado patamar em quase cinco anos. "Isso pode nos tirar do centro da meta inflacionária este ano (4,5%)", afirmou. O técnico fez o comentário durante a divulgação do IGP-10 de fevereiro, que mostrou taxa elevada, de 1,08%. Ele comentou que, tirando os efeitos sazonais, o índice mostrou sinais importantes, de reaquecimento da economia elevando preços, principalmente no setor industrial atacadista.

Para ele, com as perspectivas de crescimento econômico em 2010, aliada a um provável crescimento na demanda no mercado doméstico, a possibilidade de taxas de inflação mais pressionadas torna-se cada vez mais visível para este ano. "A tendência da inflação deve ser de aceleração", disse,  afirmando ser provável uma taxa acima de 4,5%, próxima a 5% para a inflação varejista este ano. Ele comentou que, tendo em vista este cenário de avanço da inflação tão perceptível já no início do ano, o Banco Central deve mesmo elevar a taxa básica de juros (Selic) na reunião do Copom em março. A medida serviria para conter, em parte, o avanço da demanda e assim a pressão ascendente nos preços. "Está ficando cada vez mais provável um aumento de juros em março deste ano", admitiu.

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