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Fibria vê desafio em manter preços da celulose

Por André Magnabosco
Atualização:

O presidente da Fibria, Marcelo Castelli, afirmou nesta quinta-feira que os preços da celulose praticados no mercado estão um pouco abaixo dos valores considerados de referência, hoje em US$ 860 na América do Norte, US$ 800 na Europa e US$ 700 na Ásia. A situação decorre do momento de ajuste pelo qual passa o mercado de celulose, principalmente da celulose de fibra longa.A queda dos preços do produto fabricado principalmente no Hemisfério Norte pressiona os valores da celulose de fibra curta, caso do eucalipto do Brasil. Por isso, destaca o executivo, o principal desafio da companhia neste momento será manter os preços nos atuais patamares. "Não temos nenhuma percepção se teremos algum espaço para novo aumento em 2012. O desafio seria mais em segurar os preços nos patamares que estão", afirmou o executivo, em conversa com jornalistas.Analistas que acompanham o setor cogitam a possibilidade de que os preços da celulose de fibra curta caiam entre agosto e setembro, em um patamar ao redor de US$ 30 por tonelada. Castelli destaca que os clientes pressionam por queda dos preços, mas complementa que essa situação é comum. "Se houver ajuste, não haverá volatilidade muito grande", afirmou.Uma queda moderada de preços não seria tão negativa para a companhia, uma vez que o câmbio permanece nas últimas semanas em um patamar considerado positivo para indústrias exportadoras. Além disso, uma eventual redução estaria alinhada com a situação dos clientes do setor de papéis, os quais enfrentam maior dificuldade para repassar aos clientes a alta de custos com a compra de celulose. "Os fundamentos mostram que o mercado continua apertado", disse Castelli. Com isso, a atenção da companhia está na capacidade dos clientes em repassar a alta de preços para a cadeia.Três LagoasA perspectiva positiva em relação aos negócios no segundo semestre deste ano é revisada quando considerado um cenário de médio e longo prazo, com a entrada de novas capacidades principalmente na América do Sul. Por isso, a Fibria permanece cautelosa em relação ao projeto de construção de uma nova fábrica de celulose em Três Lagoas (MS), com início de operação previamente sinalizado para 2014. Para tanto, a decisão precisaria ser tomada ainda em 2012."Os estudos de engenharia básica continuam em andamento, mas ainda não temos nenhuma decisão. Se fôssemos decidir hoje, o projeto não iria para frente face a volatilidade macroeconômica do mercado mundial", afirmou Castelli. Os investimentos da companhia neste ano devem somar aproximadamente R$ 1,1 bilhão, mas o executivo não descarta a possibilidade de o número sofrer um leve ajuste para baixo.Castelli também reafirmou que a intenção da companhia de negociar ativos na região Sul do País deverá ser confirmada até o final de 2012. É o mesmo prazo que havia sido dado anteriormente pela direção da Fibria.

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