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Fibria vê mercado aquecido de celulose e projeta estabilidade de preços

Presidente da empresa destacou que o ambiente de negócios no começo de 2011 é melhor do que o de 2010

Por André Magnabosco e da Agência Estado
Atualização:

O presidente da Fibria, Carlos Aguiar, afirmou que os preços internacionais e a demanda global por celulose devem apresentar "regularidade" em 2011. Evitando projeções futuras sobre valores, Aguiar destacou que o ambiente de negócios no começo de 2011 é melhor do que o apurado em 2010 e segue um patamar de 4,8 milhões de toneladas de demanda no final do ano passado.

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"A demanda asiática subiu no final do ano passado, a demanda na Europa está regularizada, apesar das complicações em países como Portugal e Espanha, e a situação nos Estados Unidos está tranquila", afirmou o executivo, durante teleconferência com jornalistas realizada há pouco.

Aguiar lembrou que não há previsão de entrada de novas capacidades no curto prazo, e por isso a relação entre oferta e demanda deve permanecer apertada. No balanço divulgado mais cedo, a Fibria destacou que o balanço entre oferta e demanda deve ficar em 92% neste ano, acima, portanto, dos 90% de 2010. "O ano de 2011 inicia-se com os fundamentos de oferta e demanda equilibrados, com redução sazonal da demanda em janeiro e fevereiro, porém recuperando em março", destacou o documento.

O relatório referente aos resultados do quarto trimestre de 2010 também confirma a queda nos preços de celulose praticados no mercado internacional, conforme noticiado anteriormente pela Agência Estado. O preço lista (de referência) do insumo na Europa, que estava estável em US$ 870 por tonelada desde agosto, caiu para US$ 850 por tonelada em dezembro. Já a cotação no mercado asiático caiu de US$ 800 para US$ 750 por tonelada no mesmo período.

A companhia prevê que a capacidade mundial de produção de papéis sanitários terá um incremento de 5,3%, o equivalente a 1,8 milhão de toneladas. Em 2012 o aumento da produção será de 4,5%. Com isso, a produção acumulada terá expansão de 4,5 milhões de toneladas, o que demandará fornecimento adicional de aproximadamente 3,9 milhões de toneladas de celulose de mercado. O mercado de papéis sanitários é o principal cliente da celulose produzida pela Fibria, juntamente com os fabricantes de papéis de imprimir e escrever.

A direção da Fibria prevê ainda que aproximadamente 1 milhão de toneladas de celulose sejam retiradas do mercado global devido às paradas para manutenção a serem realizadas ao longo do primeiro trimestre de 2011. Especificamente a Fibria paralisará suas operações por aproximadamente 10 dias, somente a partir de abril e maio. As fábricas de Aracruz (ES) e Veracel (BA) devem parar temporariamente ainda no primeiro semestre. Já as unidades de Jacareí (SP) e Três Lagoas (MS) devem passar por paradas para manutenção ao longo do segundo semestre. 

Dívida

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Uma importante etapa do processo de criação da Fibria deverá ser concluída no início do segundo semestre deste ano. Está previsto para o próximo dia 5 de julho o pagamento da última parcela referente à compra da Aracruz pela Votorantim Celulose e Papel (VCP), no valor de R$ 600 milhões. A penúltima parcela, no valor de R$ 856 milhões, foi paga no início do mês passado.

O acordo com as famílias Safra, Lorentzen, Moreira Salles e Almeida Braga, ex-controladoras da Aracruz, previa o pagamento de R$ 5,4 bilhões pelo controle da empresa e conseqüente unificação com a VCP, resultando na criação da Fibria. Para fazer frente aos vencimentos junto aos antigos controladores e demais dívidas da nova empresa, a Fibria realizou uma série de medidas, entre elas a venda de ativos e a assinatura de acordos financeiros.

De acordo com o diretor financeiro e de Relações com Investidores da Fibria, João Elek, as dívidas com ex-acionistas da Aracruz representam mais de 50% do total de endividamento a vencer em 2011 (R$ 2,087 bilhões). "O restante é referente a dívidas menores. Não há pressão", afirmou o executivo, em teleconferência com jornalistas realizada nesta manhã. A despeito disso, Elek ressaltou que a Fibria não está fechada a novas capturas de recursos. "Se tivermos boas oportunidades (para emitir novas dívidas), vamos olhar com bastante consideração", ressaltou.

Conpacel

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O presidente da Fibria afirmou que a projeção de captura de sinergias provenientes da união das operações das extintas Aracruz e Votorantim Celulose e Papel (VCP) está mantida em R$ 4,5 bilhões a valor presente líquido (VPL), a despeito da venda da participação de 50% do Conpacel para a Suzano Papel e Celulose no final do ano passado.

O otimismo do executivo coincide com o êxito da companhia em capturar sinergias até o momento. A projeção para 2010, que era de alcançar R$ 2,6 bilhões em VPL, foi ultrapassada em aproximadamente R$ 100 milhões. "Não quero subir o valor de R$ 4,5 bilhões para R$ 4,6 bilhões porque falamos de um número bastante expressivo", afirmou Aguiar em teleconferência com jornalistas realizada há pouco. A captura de R$ 4,5 bilhões em sinergias deve ser atingida em 2012.

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