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Fiesp E Ciesp deverão mudar administração de seus recursos

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo, 27 - A relação financeira entre a Fiesp e o Ciesp vai sofrer uma reviravolta a partir do dia 27 de setembro. Nessa data, pela primeira vez na história, as entidades, que administram recursos acima de R$ 900 milhões ao ano, devem ganhar presidentes diferentes e concorrentes. Em teoria, cada uma das instituições tem recursos próprios e não depende da outra para se manter e não há repasse de verbas. Na prática, entretanto, como sempre trabalharam de forma integrada, nunca houve muita distinção sobre recursos e os gastos, segundo informou um ex-diretor do Ciesp à Agência Estado. Na atual gestão, por exemplo, o diretor financeiro, Milly Teperman, é o mesmo para as duas entidades. Mas, com a divisão entre dois presidentes, a situação deve mudar. "A relação financeira entre as duas entidades não é minha prioridade. Ainda não estou pensando nisso", disse Claudio Vaz, presidente eleito do Ciesp. Mas ressaltou que a divisão das despesas será dividida a partir de agora, do comum acordo. O sistema de apoio à indústria paulista é formado por Fiesp/Ciesp/Sesi e Senai. Juntas, as entidades têm um orçamento de R$ 919 milhões neste ano, dos quais R$ 45 milhões são da Fiesp, R$ 30 milhões, do Ciesp e R$ 839 milhões divididos entre Sesi e do Senai. O Ciesp tem orçamento próprio, independente dos outros três pilares do sistema. Arrecada por meio de mensalidades voluntárias das cerca de 7,5 mil empresas associadas aluguéis, cursos, aplicações financeiras e prestação de serviços aos associados. Os recursos podem ser utilizados livremente. O Ciesp é dono, por exemplo, de dez (6º ao 16º) andares do prédio, que por sua vez são alugados para a Fiesp. O próprio gabinete da presidência da Fiesp está localizado em um andar que pertence ao Centro. A Fiesp também tem um orçamento próprio e desvinculado, da ordem de R$ 45 milhões neste ano. Parte desses recursos, cerca de R$ 25 milhões, resulta da taxa de administração dos recursos do Sesi (1%) e do Senai (7%), a cargo da Fiesp. Outros cerca de R$ 6 milhões vêm da cota do imposto sindical que o governo arrecada e repassa. E outra parte vem das contribuições dos 130 sindicatos filiados, aplicações, aluguéis e prestação de serviços. A arrecadação líquida do sistema Sesi/Senai-SP é milionária, da ordem de R$ 700 milhões, e administrada pela Fiesp. Mas esses recursos são provenientes do sistema S e portanto carimbados, ou seja, só podem ser usados nas 220 escolas que têm 200 mil alunos gratuitos, 51 centros esportivos, teatros e programas de saúde. O sistema emprega cerca de 10 mil professores. Se o racha na representatividade da indústria se confirmar, com a eleição de Paulo Skaf para a Fiesp e de Claudio Vaz para o Ciesp, o presidente da Fiesp talvez terá de alugar um novo andar para seu gabinete entre os andares que Sesi e Senai possuem no prédio da Paulista 1313. (Paula Puliti)

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