
06 Maio 2018 | 05h00
Milionário aos 33 anos, quando vendeu em 1999 a Zip.Net, empresa de correio eletrônico, por US$ 365 milhões, Marcos Moraes diz que nunca quis seguir os passos do pai, o antigo “rei da soja”, Olacyr de Moraes.
Reforçou que jamais quis ser herdeiro e que nunca se animou com os papos que seu pai tinha com amigos agricultores sobre safra agrícola. “Todo ano era a mesma história do agora vai (dar certo).”
O empresário recebeu o Estado em seu escritório, em um prédio de instalações modestas na Faria Lima, centro financeiro de São Paulo. Segundo ele, a relação com o pai sempre foi de muito respeito. Com a irmã Ana Cláudia, no entanto, parece mais distante.
“Não somos brigados. A gente se encontra em aniversário de sobrinho”, afirmou, completando que não a processou para receber o dinheiro que emprestou ao pai, cujo valor ele não revela.
Marcos reconhece que ganhou dinheiro muito cedo e que apostar em bebidas – ele foi o criador da Sagatiba, que tinha o apelo de uma cachaça mais chique – não foi um bom negócio, porque não soube calcular os riscos da atividade. O empresário vendeu a companhia em 2011, por US$ 26 milhões, para o grupo italiano Campari.
Agora, sua aposta é na Luanet, uma empresa virtual que viabiliza empreendedorismo pessoal. O negócio foi lançado no início deste ano. A plataforma reúne pessoas que querem comercializar seus produtos na internet e faz a ponte para a venda. O diferencial, explica Marcos, é que o empreendedor ganha um impulso de marketing.
“O foco está nas cidades do interior do País. Podemos fazer um outdoor para promover o vendedor”, diz. Marcos Moraes não divulga dados de vendas, mas disse que o negócio cresce mês a mês.
Pessoas próximas ao empresário dizem que a fase atual dele é bem diferente do início dos anos 2000, quando vendeu seu negócio e viajava em jatinho particular.
Marcos começou a fazer Economia, mas não concluiu o curso. Foi Olacyr que emprestou à época US$ 6 milhões para ele começar o seu negócio. Antes de vender a Zip, já tinha empreendido em tecnologia. Também criou e vendeu, nos anos 90, a operadora de paging (mensagens de texto) Access, pouco antes desse mercado entrar em crise, com o avanço do celular.
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