21 de novembro de 2012 | 08h15
BRASÍLIA - A previdência urbana poderá voltar a apresentar déficit dentro de cinco anos se o Congresso Nacional aprovar o projeto de lei que extingue o fator previdenciário, segundo o Ministério da Previdência Social. Em 2011, o setor urbano registrou superávit de R$ 20,8 bilhões e contribuiu para que o rombo do INSS, puxado pelo impacto negativo da previdência rural, fosse menor.
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), chegou a incluir o projeto na pauta de votação de ontem, contrariando o governo. Mas no início da noite, diante da pressão do Planalto – contrário à votação da medida – recuou e disse que não está certo que o projeto será votado. A Previdência vai aconselhar a presidente Dilma Rousseff a vetar a projeto caso ele passe no Congresso.
Se as regras atuais não mudarem, as contas da previdência urbana só vão para o vermelho entre 2020 e 2030. Isso por causa do envelhecimento da população somado à diminuição da taxa de fertilidade. Hoje, só 11% dos brasileiros têm mais de 60 anos e a expectativa é de que essa fatia suba para 30% em 2050. "Precisamos agir rápido para não passarmos pelo mesmo problema que a Europa", disse o secretário de Políticas da Previdência Social, Leonardo Rolim.
"O projeto é um remendo, não resolve o problema do governo nem concede proteção previdenciária aos pensionistas e aposentados", avaliou ele. "É preciso colocar algo no lugar do fator, se não a Previdência quebra."
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