A pressão da entrada de capitais no Brasil deve ser reduzida quando as economias dos Estados Unidos e Europa estiverem recuperadas da crise. Mesmo assim, o fluxo deve continuar intenso no País no longo prazo, segundo Carlos Cozendey, secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.
"Quando as políticas expansionistas forem reduzidas - isso a gente não tem um horizonte claro ainda de quando isso vai acontecer -, uma parte dessa pressão será reduzida. Mas existe uma tendência aí em termos de longo prazo, aparentemente, de pressão nesse sentido", afirmou Cozendey, durante o encerramento do fórum do Fundo Monetário Internacional sobre fluxo de capitais, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, 27.
O secretário do Ministério da Fazenda diz que não há evidências de que a política de recompra de títulos do tesouro americano pelo Federal Reserve, o banco central dos EUA, tenha gerado a fuga de capitais para o Brasil, mas que é provável que o aumento repentino do fluxo no País seja uma consequência da política americana.
"Num país (os EUA) que não tem controle de saída de capital, é difícil pensar que não houve uma fuga de capital para mercados e aplicações, como commodities, mais rentáveis naquele momento. Acho que não tem uma estimativa conclusiva que se possa fazer, mas é difícil pensar que uma intervenção deste tamanho, com o impacto que se vê dentro dos EUA, não resultou em algum tipo de fuga para aplicações melhores fora dos EUA", avaliou Cozendey.