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Ford vê expansão mais lenta na América do Sul em 2008

Por ADRIANA GARCIA
Atualização:

A Ford prevê seguir crescendo na América do Sul no ano que vem, mas não como em 2007, período em que a produção deve bater recordes em vários países, afirmou o principal executivo da empresa para a região. Este ano a empresa deve obter vendas recordes no Brasil, Argentina e Venezuela e planeja continuar investindo na região para atender à crescente demanda. "O crescimento deve ser um pouco menor, mas vamos seguir crescendo", afirmou na terça-feira à Reuters o presidente da divisão sul-americana da Ford, Dominic DiMarco. A empresa espera que a indústria brasileira encerre 2007 com 2,3 milhões de veículos vendidos, contra de 1,9 milhão de unidades no ano passado, disse o executivo. A Anfavea, entidade que representa a indústria automotiva no país, disse recentemente que esse número poderia inclusive chegar a 2,8 milhões em 2007. A Argentina, o mercado que tem crescido mais rapidamente na região, deve fechar o ano com entre 550 e 600 mil unidades vendidas, contra 442 mil unidades em 2006. Na Venezuela, o mercado interno deve vender 480 mil unidades, contra 343 mil no ano anterior. O bom rendimento da empresa na América do Sul, mercado no qual ela ocupa o quarto lugar (atrás da GM, Volkswagen e Fiat ), contrasta com o fraco desempenho da companhia nos Estados Unidos, onde ela está fechando 16 fábricas. Entre janeiro e agosto deste ano, a Ford vendeu 171.977 veículos no Brasil, contra 138.676 unidades no mesmo período do ano passado. Na Argentina, a companhia vendeu 52.638 unidades nos oito primeiros meses deste ano, contra 46.502 no mesmo período de 2006, informou a assessoria de imprensa da montadora. A Venezuela também apresentou crescimento expressivo, de 37.102 para 44.411 unidades vendidas no mesmo período. No Brasil, a empresa se beneficiou nos últimos cinco anos não só pelo crescimento econômico do país, mas também pela grande aceitação do modelo EcoSport. A Ford anunciou no Brasil que começará a produzir um novo modelo na fábrica de São Bernardo do Campo, em São Paulo, a partir do início de 2008. DiMarco afirmou que não podia revelar o tipo de carro que será fabricado, mas disse que será um automóvel para um segmento "forte", um produto no qual a empresa investiu 60 milhões de dólares, e que pretende exportar para a Argentina e provavelmente para outros países da América do Sul. A assessoria da Ford informou posteriormente que cerca de 100 milhões de dólares adicionais devem ser injetados no projeto. Além disso, empresa seguirá com seus planos de investir 1,1 bilhão de dólares na moderna fábrica de Camaçari, na Bahia, para atender à demanda crescente, o que incluiu a compra da fábrica de jipes Troller, em Fortaleza. Nos últimos cinco anos, DiMarco ajudou a implementar uma estratégia para reduzir custos e aumentar a produtividade nas fábricas da companhia, concentrando a produção de cada modelo em apenas um país, e exportando aos outros. A única fábrica que não segue esta regra é a de Cuautitlán, no México, que produz para o seu mercado interno. O executivo evitou comentar rumores de que a Ford poderia fechar uma fábrica no México ou transferir a unidade para o Brasil.

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