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Fundo do Catar ofereceu US$ 1 bi para fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour

 Sócio do BTG Pactual diz que 'erro' de Abílio Diniz na condução da negociação foi 'não ter dialogado mais', antes da proposta ser apresentada ao Casino

Por Rodrigo Petry e da Agência Estado
Atualização:

Após a saída do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) da proposta de fusão do Grupo Pão de Açúcar com Carrefour no Brasil, investidores estrangeiros, entre eles um fundo soberano do Catar, se dispuseram a aplicar os recursos necessários para concretizar a operação. Segundo o sócio do BTG Pactual, Cláudio Galeazzi, o banco saiu em 'roadshow' para apresentar o negócio a investidores estrangeiros e buscar o apoio dos acionistas minoritários do Pão de Açúcar. "Fomos ver se havia interesse de novos investidores fora do Brasil. Surpreendentemente, só um fundo soberano do Catar se propôs a investir US$ 1 bilhão na operação", disse. Galeazzi afirmou ainda que diferentes investidores dos Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra, que se interessaram pelo negócio, poderiam substituir qualquer instrumento financeiro oferecido pelo BNDES para a operação. "Era também um grande negócio para o BNDES", completou. Ele disse que o BTG ingressou no processo de tentativa de fusão entre as duas varejistas nas duas últimas semanas antes da apresentação pública da proposta, no final de junho. No entanto, estudos já vinham sendo desenhados há mais de dois anos, "mais intensamente nos últimos três meses". "Tanto os banqueiros, e, obviamente, os investidores minoritários, que são a grande maioria, achavam que era um negócio excepcional para o Grupo Pão de Açúcar, para o Casino e para o Abilio (Diniz)", afirmou. Sobre o posicionamento contrário de Jean-Charles Naouri, presidente do Casino, à proposta de fusão, Galeazzi afirmou que "ele teve uma reação muito acima daquilo que seria o razoável." Segundo ele, Naouri conhecia a negociação e que, por estar "mal", o Carrefour poderia ser "adquirido aos pedaços". "Tanto é que consolidou o pensamento dele (Naouri) quando adquiriu o Carrefour na Tailândia", disse. Galeazzi avaliou que o empresário Abilio Diniz não "quebrou" ou "violou" o contrato de sociedade ou acordo da Wilkes, controladora do Pão de Açúcar, ao estudar a fusão com o Carrefour. Galeazzi ponderou que o "erro" de Diniz na condução da negociação foi "não ter dialogado mais", antes da proposta ser apresentada ao Casino. O banqueiro disse ainda que houve uma má reação do público e da mídia sobre a proposta de fusão. "Houve uma falta de conhecimento e precipitação (sobre a proposta)", completou. 

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