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Furnas negocia parceria com chinesa Three Gorges

Por Glauber Gonçalves
Atualização:

Furnas está negociando parceria com a chinesa Three Gorges para construir um parque eólico offshore de 200 megawatts (MW) na costa do gigante asiático. A estatal brasileira deve ter uma participação minoritária no empreendimento. O tamanho da fatia e o valor do investimento ainda não foram definidos, disse nesta segunda-feira a diretora de Planejamento, Gestão de Negócios e de Participações da empresa, Olga Simbalista.A estatal espera ter uma decisão final sobre a sua entrada no projeto ainda este ano. Para bater o martelo, Furnas espera a definição sobre o seu aporte no empreendimento. A empresa também depende do aval da holding Eletrobras, à qual está vinculada, e dos ministérios de Minas e Emergia (MME) e das Relações Exteriores (MRE). A participação no projeto offshore na China começou a ser negociada em fevereiro deste ano, quando representantes de Furnas estiveram em Pequim e assinaram um memorando com a subsidiária de energia renovável da Three Gorges. A empresa brasileira também foi convidada para entrar em dois projetos eólicos onshore, porém preferiu se restringir ao offshore, com o objetivo de conhecer a tecnologia, inédita no Brasil. "É um projeto de valor estratégico muito grande porque no Brasil nunca se fez nada em termos de eólicas offshore", disse Olga, após participar do Fórum Global em Mobilidade Elétrica, evento paralelo à Rio+20. Em setembro do ano passado, a Three Gorges e Furnas já haviam assinado um memorando de cooperação para analisar a execução conjunta de empreendimentos na China, no Brasil e no resto do mundo. Pelo acordo, cada empresa deve ser majoritária nos projetos realizados em seus respectivos países. Em outras regiões, a participação acionária será definida caso a caso. No Brasil, segundo Olga, uma das alternativas é que possam ser fechadas parcerias por meio da EDP, empresa portuguesa da qual a Three Gorges se tornou acionista no ano passado, desbancando a Eletrobrás na disputa. Furnas está empenhada em participar dos leilões de energia previstos para este ano, garante Olga. "Já é uma tendência estarmos presentes em todos os leilões de energia A-3 e A-5 com participação relevante em geração eólica", afirmou, acrescentando que há uma possibilidade de que o grupo chinês e Furnas entrem juntos com projetos desse tipo. Além de eólicas, a subsidiária da Eletrobrás também pretende disputar o projeto da usina hidrelétrica de Sinop, no rio Teles Pires, informou a executiva. A entrada desse projeto, porém, ainda depende da conclusão do processo de licenciamento ambiental. Depois de adiamentos, o leilão A-3 foi marcado para 11 de outubro e o A-5, para 25 de outubro, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A estatal também analisa a possibilidade de entrar nos leilões com projetos de biomassa, mas isso dependeria do patamar definido para o teto dos preços da energia. A executiva não descartou entrar com empreendimentos de geração a gás, mas ressaltou que, para isso, a Petrobrás precisaria oferecer o produto ao mercado. "Com esse patamar apontado nos últimos leilões, a biomassa não seria competitiva. Mas se colocarem um teto um pouco mais elevado, entraremos em um projeto muito interessante de óleo de palma", declarou, acrescentando que tal empreendimento seria na Região Norte do País.

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