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G-20 precisa retomar cooperação para combater crise, diz chefe do FMI

'Acho que o que está faltando hoje é o ímpeto coletivo' visto no auge da crise, em 2009, afirmou Christine Lagarde

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Por Redação
Atualização:

Em um momento em que crescem os riscos à economia mundial, a diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, disse nesta quinta-feira, 22, em Washington, que os países do G-20 (grupo das maiores economias avançadas e emergentes, do qual o Brasil faz parte) precisam retomar seu espírito de cooperação.

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"Eu acho que o que está faltando hoje, e que eu espero que seja retomado, é o ímpeto coletivo e o espírito que eu vi, por exemplo, na cúpula do G-20 em Londres", disse Lagarde, ao referir-se à reunião realizada em 2009, no auge da crise econômica mundial. "Aquele foi um momento em que todos os líderes se uniram. Eu espero que possa acontecer novamente." Lagarde fez as declarações ao presidir pela primeira vez a reunião anual do FMI e do Banco Mundial, que ocorre até sábado na capital americana, e também no dia em que ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G-20 estão reunidos em Washington. Incertezas As declarações ocorrem dois dias depois de o FMI lançar seu mais recente relatório com perspectivas para a economia mundial, no qual reduziu para baixo as projeções de crescimento globais, diante de um aumento das incertezas sobre a recuperação. Lagarde voltou a dizer que a economia mundial está entrando em uma "fase perigosa". "A recuperação que era esperada se enfraqueceu, e é claramente um risco que vemos de uma perspectiva econômica e também de uma perspectiva social, porque com menos crescimento nós também vemos menos empregos", afirmou. Os problemas globais são alimentados pela crise de dívida e deficit em países europeus, que vem deteriorando a confiança dos mercados, e pela lenta recuperação nos Estados Unidos, onde a divisão política tem dificultado as negociações para uma solução de médio prazo aos problemas econômicos. Margem de manobra Ao comparar a situação da economia global em 2008 - quando a quebra do banco Lehman Brothers desencadeou a fase mais aguda da crise - com o cenário atual, Lagarde disse que naquela época havia mais espaço para recuperação, com maior margem de manobra para apoiar o sistema financeiro mundial. "Não há tanta munição agora", afirmou. Em um dia de nervosismo ao redor do mundo, com quedas nas bolsas provocadas principalmente pelas perspectivas pessimistas do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) sobre a recuperação da economia americana, Lagarde disse que as ações do FMI não são determinadas pelas oscilações do mercado.

"Nossa ação, nossa análise e nossas propostas de políticas não são ditadas pela variação diária da Dow Jones, Nasdaq, CAC ou DAX", disse, em referência a alguns dos principais índices de EUA, França e Alemanha. "Nós realmente tentamos olhar para os fundamentos das economias."

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