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Gabrielli descarta ampliação de gasoduto Brasil-Bolívia

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Por Redação
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Os novos investimentos que a Petrobras pretende fazer na Bolívia incluem exploração de novas áreas de gás, mas não contemplam a ampliação do gasoduto utilizado atualmente, disse nesta quarta-feira o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli. Segundo ele, o objetivo da empresa não é elevar o volume de gás que é enviado pela Bolívia ao Brasil, mas apenas manter no longo prazo a carga de 30 milhões de metros cúbicos por dia estipulada em contrato. "Todo campo de gás atinge um pico de produção e depois declina, e é um declínio rápido", disse Gabrielli a jornalistas em Brasília. "Então precisamos de ações para manter a potência dos campos. Ou se aumenta a técnica ou se descobrem outros campos. Os 30 milhões de metros cúbicos exigem novos campos, e novas tecnologias, exige investimento", afirmou. "Não há planos de aumentar o Gasbol (gasoduto Brasil-Bolívia) nesse momento", disse Gabrielli, acrescentando que não dispunha ainda de números sobre os investimentos, que ainda estão sendo analisados. Reuniões técnicas entre a Petrobras e a estatal boliviana YPFB estão sendo realizadas para a definição dos novos planos no país e um encontro maior, com diretores, será realizado na semana de 26 a 30 de novembro. Questionado se os novos investimentos em exploração sem aumento do gasoduto não levariam a um saldo a ser utilizado pela Bolívia para outros fins, Gabrielli respondeu que essa é uma possibilidade. "Vamos investir na capacidade exploratória. Se tivermos sucesso, e for mais do que o contrato do Brasil, é evidente que a produção será maior". ECONOMIA E VEÍCULOS O presidente da estatal afirmou que a oferta de gás no momento e para os próximos anos será suficiente para atender toda a demanda contratada e que não afetará o crescimento econômico. "A demanda brasileira de 42 a 44 milhões de metros cúbicos está sendo atendida e vai continuar sendo atendida no período de 2007 a 2012". Na semana passada a estatal reduziu o envio de gás para distribuidoras no Rio e em São Paulo, para alimentar termelétricas a pedido do Operador Nacional do Sistema, que buscava preservar os níveis dos reservatórios das hidrelétricas. Mas a empresa disse que reduziu apenas o volume acima do contratado e que estava cumprindo os volumes previstos nos acordos. "A Petrobras assegura que os contratos existentes serão totalmente honrados... as distribuidoras estavam conscientes que se houvesse necessidade de reduzir, seria reduzido". Gabrielli criticou o uso do gás para veículos (GNV), mas afirmou que a Petrobras não entra nessa questão. "Eu acho que uso do gás para veículos não é o melhor uso para o gás natural. Mas isso não é coisa da Petrobras, que não tem relação com os motoristas, não fornece pra eles, apenas entrega para as distribuidoras". No mesmo evento, o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, disse que o incentivo ao uso do gás por veículos foi promovido pelos governos estaduais, com redução de impostos, e não pelo governo federal. "Quando se fala em governo se fala indiscriminadamente. Se teve uma política muito clara foi no governo do Estado do Rio de Janeiro, com redução de IPVA para quem transformasse o seu carro...agora, você não teve campanha do presidente Lula incentivando isso", defendeu Hubner. "Eu não aconselharia", respondeu ao ser perguntado se achava uma boa medida comprar ou converter o carro para GNV.

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