O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, previu em breve entrevista há pouco que a companhia representará no futuro "um papel muito importante na nova geopolítica do petróleo mundial".
Segundo ele, a previsão é consequência de "uma análise do futuro do mercado do petróleo", e não um anseio da Petrobrás.
"Vemos hoje no futuro imediato: uma redução do consumo de derivados de petróleo nos EUA, Europa e Japão e aumento do consumo de derivados na China, Índia, Brasil, África. Porque é onde você tem crescimento econômico acelerado com inclusão social", disse Gabrielli.
Para o presidente da Petrobrás, a questão do consumo nos países desenvolvidos e em crescimento "também se reflete no investimento em refino".
"O que se vê hoje é que investimentos em refino nos EUA, Europa e Japão caem. Há uma redução dos projetos de investimentos nestes países, e há um aumento dos investimentos em refino na India, Oriente Médio, China e Brasil", afirmou.
Gabrielli disse que o quadro que descreveu "significa que no futuro os fluxos comerciais de petróleo bruto e derivados se modificarão e mais petróleo circulará nos países não somente produtores de petróleo, que passarão a refinar mais, como no atendimento dos mercados que estão crescendo".
Assim, acrescentou Gabrielli, surgirão "nova logística, nova geopolítica e novas perspectivas". "Se você olha do ponto de vista puramente de petróleo, o petróleo novo que vai ser apresentado ao mundo, em termos de possibilidade de crescimento no horizonte nos próximos dez anos, a maior parte do novo petróleo, das novas descobertas, virá do Brasil", concluiu ele, que participou na sede da Petrobrás (Centro do Rio) da abertura do Painel Brasil-Reino Unido sobre educação, pesquisa e desenvolvimento em energia.