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Gigante BRF dá início à mudança de sua gestão

Dois executivos da companhia deixaram seus cargos; agência de risco S&P alterou perspectiva de rating para negativa

Por Monica Scaramuzzo , e Camila Turtelli
Atualização:

Três semanas após anunciar o primeiro prejuízo anual de sua história, a BRF, união da Sadia e Perdigão, começou a reestruturar sua gestão. O vice-presidente de marketing da companhia, Rodrigo Vieira, deixou a empresa, apurou o Estado.

Há cerca de um mês, Marcos Jank, que ocupava o cargo de diretor de assuntos corporativos e desenvolvimento de negócios da BRF na Ásia desde 2015, também deixou de ser executivo da gigante de alimentos. Agora, atua como consultor independente.

BRF teve em 2016 o primeiro prejuízo anual de sua história Foto: Divulgação

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As mudanças na gestão devem continuar, segundo fontes. No dia 24 de fevereiro, Abilio Diniz, presidente do conselho de administração do grupo, afirmou ao mercado que constituiu um comitê para reformular a companhia. Passaram a integrar esse comitê Walter Fontana Filho (ex-presidente do conselho da Sadia), Eduardo D’Ávila (ex-Sadia) e José Carlos Magalhães, fundador do fundo Tarpon.

O empresário Abilio Diniz disse, à época, que esse comitê iria se reunir semanalmente para preparar a reestruturação do grupo nos próximos 90 dias.

Nota revista. Nesta quinta-feira, 9, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) afirmou o rating ‘BBB’ da BRF e revisou a perspectiva de estável para negativa. Segundo a agência, a perspectiva negativa reflete a probabilidade de 33% de um rebaixamento nos próximos 12 a 18 meses, caso as margens operacionais e os níveis de alavancagem da companhia não se recuperem. Em 2016, a companhia registrou um prejuízo de R$ 372 milhões, ante um lucro de R$ 2,9 bilhões no ano anterior.

A companhia poderia ser prejudicada pela volatilidade do câmbio e dos preços de grãos, que reduziria o lucro com exportações e elevaria os custos, disse a S&P.

O cenário também leva em consideração a concorrência ainda acirrada no Brasil, em meio à fraca demanda que impede a recuperação do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia, principalmente em produtos processados, que têm margens mais altas. Procurada, a companhia não comentou as mudanças em seu gestão.

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