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GM e Chrysler avaliam concordata após fracasso de pacote

Com falta de acordo no Senado dos EUA, Casa Branca estuda opções para ajudar o setor automotivo

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Por Redação
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Após o fracasso nas negociações do Senado dos EUA para aprovar um plano de auxílio às montadoras, a General Motors e a Chrysler afirmaram que podem pedir concordata até o final deste ano. Segundo o porta-voz da GM, Tony Cervone, a empresa está "profundamente desapontada" com a falta de acordo por parte dos congressistas.  "Nós vamos avaliar todas as nossas opções para continuar nossa reestruturação e obter maneiras de enfrentar a atual crise econômica", afirmou Cervone. Veja também: Fracassa reunião sobre montadoras nos EUA  Ex-presidente da Nasdaq é preso por fraude bilionária nos EUA De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Agora a Casa Branca estuda opções para ajudar o setor automotivo do país, mas não quis comentar sobre qual será a estratégia para impedir os potenciais pedidos de concordata. O porta-voz do governo, Tony Fratto, não disse se a administração irá considerar a possibilidade de utilizar parte dos US$ 700 bilhões destinados ao Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp, em inglês) do Tesouro norte-americano para ajudar as montadoras. "É frustrante que o Congresso tenha fracassado", disse Fratto. "Acreditamos que a legislação que negociamos oferecia uma oportunidade para usar fundos apropriados para as montadoras e apresentava a melhor chance de evitar concordatas desordenadas, ao mesmo tempo em que garantia que o dinheiro do contribuinte seria destinado apenas para empresas cujos acionistas estivessem preparados para tomar decisões difíceis a fim de torná-las viáveis." E completou: "Avaliaremos nossas opções à luz do colapso no Congresso". O projeto de lei para as montadoras apoiado pela Casa Branca não foi votado na quinta-feira devido a um impasse a respeito de salários dos funcionários. O fracasso da legislação teve um efeito negativo nos mercados de ações asiáticos e no mercado de futuros de ações dos EUA. Sem os US$ 14 bilhões previstos pelo pacote, montadoras como GM e Chrysler disseram que podem pedir concordata até o final deste ano. Concordata afetará Daimler e Continental Um possível pedido de concordata pela norte-americana Chrysler deve prejudicar fortemente a montadora Daimler e a fabricante de pneus e autopeças Continental, de acordo com o Commerzbank. O banco estima que a exposição remanescente da Daimler à Chrysler é de 2,3 bilhões de euros, e inclui garantias de aposentadoria, crédito e pagamentos de compensação a fornecedores. Já a Continental teria 500 milhões de euros em recebíveis das três grandes montadoras de Detroit. O Commerzbank alertou que a Chrysler pode ficar sem recursos até o final deste trimestre. A própria companhia já havia alertado que, sem um resgate do governo, será obrigada a declarar concordata dentro de alguns meses. Com o fracasso das negociações para a concessão de um pacote de ajuda às montadoras no Senado norte-americano, "um pedido de concordata parece se tornar mais provável", disse o Commerzbank, o que significa, segundo a instituição financeira, "implicações graves para a cadeia de fornecimento global". O diretor financeiro da Continental, Alan Hippe, afirmou que as conversas com os bancos não giram em torno da obtenção de recursos extras, mas do "ajuste das condições de crédito ao ambiente modificado". As negociações com os 50 bancos envolvidos deverão ser concluídas no início de 2009. Segundo o executivo, a Continental mantém seu foco na redução de dívida. "Mas, por causa da crise atual, não será possível diminuí-la na extensão planejada", afirmou. Ele disse que a empresa não sofrerá um impacto direto do fracasso das negociações para um pacote de ajuda às montadoras no Senado norte-americano, já que as fabricantes de Detroit respondem por menos de 15% de suas vendas. Ele destacou, no entanto, que a Continental pretende minimizar o risco de default. As informações são da Dow Jones.

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