PUBLICIDADE

GM vai pagar até R$ 13 mil de PLR aos 20 mil funcionários

Acerto foi feito nesta terça-feira, 24, com os trabalhadores de São José dos Campos e São Caetano no Sul; na Volks, impasse continua

Por , Evandro Fadel , João Carlos de Faria e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Os 20 mil trabalhadores das fábricas da General Motors em São Caetano do Sul, no ABC paulista, e São José dos Campos, no Vale do Paraíba, vão receber este ano entre R$ 10,8 mil e R$ 13 mil de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A GM e os sindicatos dos metalúrgicos acertaram a proposta em reunião na noite de segunda-feira. Nesta terça-feira, 24, foi aprovada em assembleias nas duas fábricas. Amanhã, os trabalhadores recebem a primeira parcela, de R$ 5,8 mil.

PUBLICIDADE

O restante será pago em janeiro. Em nota, a GM explica que, dependendo do alcance das metas de produção, qualidade e absenteísmo, o valor total do prêmio chega a R$ 10.834 (se for atingida 100% da meta, que inclui a produção de 410 mil veículos nas duas fábricas). Se for atingida 120% da meta, o valor sobe para R$ 13 mil e pode chegar a R$ 13,7 mil se passar desse porcentual. O valor é quase 30% superior ao pago em 2010.

"É uma vitória da unidade dos trabalhadores da GM, que quebraram a intransigência da empresa, que estava endurecendo nas negociações", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Vivaldo Moreira Araújo.

O sindicalista considera "acessível" a meta de produção, tendo em vista que a empresa deverá iniciar o terceiro turno de trabalho nas duas unidades em junho. "No ano passado eram 414 mil carros sem o terceiro turno, e apesar do número alto de horas extras conseguimos atingir."

A GM de São José tem 8,7 mil empregados e produz os modelos Corsa, Classic, Meriva, Zafira, S10 e Blazer. Em São Caetano, com 11,4 mil funcionários, incluindo administrativos, são feitos Astra, Classic e Vectra.

Volkswagen. Em São José dos Pinhais (PR), a fábrica da Volkswagen segue parada. Algumas empresas fornecedoras de peças começam a remanejar estoques ou a dar férias.

Hoje, a greve completa 21 dias, igualando-se à paralisação mais longa da fábrica, em setembro de 2009. A empresa recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que deve analisar o caso somente no dia 6. Os funcionários pedem PLR de R$ 12 mil, metade para este mês. A Volks oferece R$ 4,6 mil e o valor restante a ser negociado de acordo com metas a serem cumpridas.

Publicidade

A JTEKT, fornecedora de sistemas de direção, que faz entrega diária de 600 peças para a Volks do Paraná, fez apenas quatro remessas neste mês. Depois que a greve começou, a empresa precisou de uma reengenharia para não reduzir totalmente a produção. "Nós sentimos o efeito de imediato", diz o diretor comercial da JTEKT, Lúcio Pinto. "Parte foi absorvida por outras plantas da Volks e outros clientes, mas nunca se consegue 100%."

Segundo ele, em dias normais, a Volkswagen recebe 2,3 mil peças por dia (65% das vendas da fábrica). Também são clientes da empresa as unidades de Taubaté e São Bernardo do Campo e a Volkswagen argentina. A JTEKT foi uma das primeiras empresas da região a acertar a PLR de R$ 6,1 mil para cumprimento de 100% das metas.

Outras empresas já precisaram conceder férias a alguns dos funcionários, como a Faurecia, que fabrica bancos e painéis de portas. Dos cerca de 300 empregados, 70 estão em férias e outros 50 trabalham em banco de horas. A Volks ficava com 50% da produção. Para atender outros clientes, o trabalho ainda é realizado em três turnos, mas as máquinas ficam ociosas. O acordo de PLR na Faurecia é de R$ 4,3 mil para cada trabalhador.

No Paraná, também já foram fechados acordos com a Volvo, que aceitou pagar R$ 15 mil de PLR após ameaça de greve, e a Renault, que pagará R$ 12 mil.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.