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Gol anuncia fim da Webjet e demissão de 850

Em nota, a empresa diz que o modelo de operação da aérea deixou de ser competitivo com os novos patamares de custo

Por Agência Estado
Atualização:

 SÃO PAULO - A Gol informou que, a partir desta sexta-feira, inicia o processo de encerramento das atividades de sua controlada Webjet e a descontinuidade de sua marca. A primeira medida é a extinção das operações de voo. De acordo com a Gol, a Webjet possui um modelo de operação com base em uma frota composta majoritariamente por aviões modelo Boeing 737-300, de idade média elevada, alto consumo de combustível e defasagem tecnológica. "Com os novos patamares de custo do setor no Brasil, esse modelo deixou de ser competitivo", informa a empresa em fato relevante.

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Segundo o comunicado, os clientes e passageiros da Webjet serão integralmente assistidos pela Gol, e terão seus voos garantidos, permanecendo a Gol, a partir dessa data, responsável por todos os serviços de transporte aéreo e assistência a esses passageiros. O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, disse ainda que nenhuma frequência será cortada, pois as frequências atuais da WebJet passam a partir de hoje a serem atendidas pela Gol.

Como consequência do encerramento das operações, a Webjet desliga aproximadamente 850 colaboradores entre tripulação técnica, tripulação comercial e manutenção de aeronaves. Após os cortes, a empresa ficará com pouco mais de 17 mil empregados, segundo Kakinoff. No final do ano passado, a empresa tinha cerca de 20,5 mil trabalhadores.

Segundo ele, aproximadamente 450 funcionários da WebJet serão absorvidos pela Gol - principalmente pessoal que atua nos aeroportos. Entre as 850 demissões, são cerca de 140 tripulantes técnicos (comandantes e copilotos), 400 da equipe comercial e os demais da área de manutenção. Outros 150 e 200 funcionários permanecerão ao longo dos próximos meses durante a fase de transição do fim da empresa.

Kakinoff disse que a decisão do fim da WebJet foi tomada nesta semana e começou a ser analisada pelas diretorias de ambas as empresas após a aprovação da fusão pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Custos e oferta

Com essa decisão e as consequências dela decorrentes, a companhia estima um aumento pontual de custos durante o quarto trimestre de 2012, que, de acordo com a Gol, serão oportunamente informados. "Tais medidas deverão resultar em uma operação mais eficiente a partir de 2013", afirma a empresa.

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Com relação à frota Boeing 737-300 da Webjet, estima-se a devolução total das 20 aeronaves até o final do primeiro semestre de 2013, sendo 16 dessas devolvidas até o final do primeiro trimestre do próximo ano. Nesse cenário de redução de sua frota, a Gol prevê uma redução da oferta doméstica (ASK) entre 5% e 8% no primeiro semestre do ano de 2013 na comparação com o mesmo período de 2012. "Essas medidas reforçam o comprometimento da Gol na recuperação de suas margens operacionais e na sustentabilidade do negócio", informa o fato relevante.

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