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Governo francês não bloqueará planos da Airbus, diz investidor

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Por Redação
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O principal acionista da EADS, controladora da Airbus, afirmou neste domingo que o grupo deve dar continuidade ao seu plano de troca de postos de trabalho na zona do euro por vagas em outros locais, e duvida que o governo irá interferir. Arnaud Lagardere, cuja família detêm 7,5 por cento do maior grupo aeroespacial europeu, reiterou os alertas feitos por executivos da EADS sobre o impacto da desvalorização do dólar, classificando a queda do valor da moeda como "um mal-estar que pode ser fatal". A EADS informou que a Airbus, que já planeja mudar 10 mil postos de trabalho e fechar fábricas na Europa, pode fazer a mudança de vagas em uma escala maior para uma região onde se use o dólar como moeda, o que ajudaria a reduzir a exposição cambial da empresa e melhorar a competição contra a rival Boeing, dos Estados Unidos. Tal plano "não é contrário aos interesses da EADS e o Estado francês não deve fazer nada que ameace os interesses da EADS", afirmou Lagardere em uma entrevista de rádio e TV. O plano de reestruturação corrente gerou meses de atrito político na França e na Alemanha. O plano foi desenhado com base em uma cotação de 1,35 dólar por euro e não de 1,50 dólar por euro como registrado recentemente. Lagardere disse que é importante finalizar o atual plano, chamado de Power8. O executivo disse ainda que a Airbus deve atrasar a decisão sobre a venda de suas fábricas na Europa até o início do próximo ano. Lagardere negou que a Airbus tenha forçado uma redução de preços para vencer uma encomenda de 160 aviões na China, para evitar assim um embaraço durante a visita de Estado à China do presidente francês Nicolas Sarkozy, no mês passado. "Se a Airbus vendeu os aviões foi por um bom preço", afirmou Lagardere. O executivo disse que não houve pressão política. (Reportagem de Tim Hepher)

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