Publicidade

Governo isenta de Pis/Cofins o trigo, a farinha e o pão

Por ISABEL VERSIANI
Atualização:

O governo decidiu isentar da cobrança de Pis/Cofins até o final do ano a comercialização de trigo, de farinha de trigo e do pão francês, procurando atenuar as elevações de preços desses produtos que têm pressionado a inflação. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que anunciou as medidas para jornalistas em Brasília, informou que o objetivo é reduzir a pressão sobre os preços em um momento de oferta escassa do cereal, já que o Brasil colhe a nova safra de trigo apenas no segundo semestre. A alíquota de Pis/Cofins era de 9,25 por cento e, segundo Mantega, representantes da cadeia de processamento de trigo se comprometeram com o governo a repassar integralmente para os produtos a isenção do tributo. Além da redução do imposto, outras medidas destinadas a estimular a importação de trigo e a reduzir o custo dessas operações foram anunciadas. Foi eliminada até o final do ano a cobrança de uma taxa que incide sobre o frete marítimo (AFRMM-Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante) nos negócios de importação de trigo de qualquer origem. A cobrança era de 25 por cento sobre o valor do frete. "Estamos dando condições para que valha a pena importar de outros lugares", afirmou Mantega. A Argentina, principal fornecedor brasileiro, tem restringido as exportações, buscando garantir a oferta local. Jorge Chammas, presidente do Moinho São Jorge, presente ao anúncio das medidas, confirmou a intenção do setor de repassar a redução de custos para os produtos tão logo a Medida Provisória que contém as ações seja publicada. Segundo ele, o adicional sobre o frete (AFRMM) corresponde a um aumento de aproximadamente 6 por cento no valor do trigo importado. Outra medida anunciada pelo governo foi a extensão até 31 de agosto do prazo para que o setor de trigo utilize uma cota com imposto zero para importação de dois milhões de toneladas de trigo de países de fora do Mercosul. O prazo anterior era até 31 de julho. Mantega acrescentou que as medidas vão representar uma perda de arrecadação de aproximadamente 500 milhões de reais. (Edição de Marcelo Teixeira)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.