27 de junho de 2016 | 10h47
SÃO PAULO - As empresas brasileiras de relevância na economia mundial aumentaram de tamanho em quatro vezes ao longo dos nove anos entre 2005 e 2014, de acordo com estudo da consultoria The Boston Consulting Group (BCG). A receita cresceu em média 15% ao ano ao longo desse período, um ritmo considerado superior ao de outras competidoras de países emergentes.
O estudo Global Leaders destaca as cem maiores líderes em 63 setores da economia mundial e conta com a presença de 11 representantes brasileiros. São empresas de diferentes segmentos, como a BRF, a Braskem, a Embraer e a Natura. Também mencionada no estudo, a JBS entrou numa categoria de companhias consideradas tão relevantes que são virtualmente indistinguíveis de multinacionais de países desenvolvidos.
Ainda de acordo com o levantamento do BCG, essas líderes de mercado brasileiras apresentaram crescimento de 13% no Ebit (lucro antes de juros e impostos) nestes mesmos anos. A rentabilidade delas também foi superior à de pares globais ao longo destes anos.
O BCG concentra o estudo na evolução das empresas de mercados em desenvolvimento. Apesar de o período analisado contemplar anos que foram afetados pelo efeito da última crise econômica mundial, a conclusão é de que as companhias de países emergentes cresceram mais do que os pares de mercados desenvolvidos. Em 2014 as localizadas em mercados em desenvolvimento foram responsáveis por 25% da receita das 100 maiores empresas, um crescimento de 7% em relação à 2009.
O estudo conclui, porém, que as companhias de mercados emergentes devem enfrentar um ambiente mais desafiador pela frente. Para o BCG, esses líderes de mercado não são imunes aos relevantes desafios atuais que se desenham no ambiente macroeconômico de países em desenvolvimento. Como exemplo, o estudo cita as produtoras de commodities, que não podem mais depender da demanda antes insaciável da China.
Outro ponto relevante considerado é que a demanda local nesses países está se expandindo com menor velocidade do que em anos anteriores, o que tende a levar essas grandes empresas a buscar crescimento em outras regiões. Para o BCG, esse novo desafio faz com que as companhias de países emergentes precisem aspirar tanto ao crescimento como ao aumento de competitividade.
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