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Greve reduz produção da Petrobras em 7%

Por Denise Luna (Broadcast)
Atualização:

O primeiro dia de greve dos petroleiros da bacia de Campos conseguiu reduzir em sete por cento a produção da empresa, ou 136 mil barris diários a menos de petróleo, o que não conseguiu afetar os papéis da Petrobras no mercado. Para analistas, a parada parcial de produção, que chegou a ser de 300 mil barris no começo do dia, não chega a afetar o valor de mercado da Petrobras. Os petroleiros querem que o dia de desembarque das plataformas seja considerado dia de trabalho e não de folga, como é atualmente. "Ainda é o primeiro dia, mas esperava-se algo mais expressivo do que 136 mil barris", disse o analista Gilberto Pereira de Souza, do BES Securities. A bacia de Campos é responsável por 80 por cento do petróleo produzido no país, que no ano até junho registra média diária de 1,835 milhão de barris. A região tem no momento 42 plataformas, sendo quatro de perfuração e o restante de produção. No fechamento, as ações preferenciais subiram 0,7 por cento, abaixo da valorização do Ibovespa, que encerrou o pregão em alta de 0,95 por cento. A greve foi iniciada à zero hora desta segunda-feira e deve durar até sexta-feira. Na terça-feira, a Federação Única dos Petroleiros (Fup) decide se o movimento, concentrado inicialmente na bacia de Campos, ganhará caráter nacional. Segundo o coordenador do Sindicato Nacional do Norte Fluminense, José Maria Rangel, até as cinco horas da manhã os grevistas conseguiram parar 33 plataformas, que foram aos poucos sendo assumidas pela equipe de contingência da Petrobras. Segundo o sindicato, mais de 250 pessoas fizeram parte do plano de contingência da estatal nesta segunda-feira. "O plano coloca as unidades da Petrobras em risco, porque o efetivo é reduzidíssimo", afirmou Rangel. Ele explicou que no lugar de equipes de 25 pessoas estão sendo colocadas apenas sete, como ocorreu na plataforma P-50, localizada no campo de Albacora Leste. Ao meio-dia, segundo Rangel, 12 plataformas continuavam com a produção parada, enquanto a Petrobras informava que apenas quatro tinham sido paralisadas, com perda de 300 mil barris diários na produção. Mais tarde, a estatal conseguiu retomar mais duas unidades e a queda foi reduzida para 136 mil b/d. "A Petrobras cortou toda a nossa comunicação com as plataformas, mas o que sabemos é que 12 ainda estão paradas e a produção foi reduzida em 400 mil barris", disse na parte da manhã o diretor da Fup, José Genivaldo Silva. A Petrobras informou em nota que não há risco de desabastecimento de combustíveis no país e que conseguiu uma liminar garantindo a retirada dos grevistas das plataformas e a manutenção de funcionários que desejem ficar trabalhando. O movimento dos petroleiros pretende repetir a greve de cinco dias feita em 2001, a última que conseguiu mobilizar a categoria a ponto de provocar a parada de produção da companhia, que teve que importar mais combustível do mercado externo para suprir a demanda interna.

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