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Grupo Sol assume três empresas de cuidados domiciliares no Brasil

Italianos, que agora controlam Global Care, Unitcare e DN Global devem investir até R$ 200 milhões no País nos próximos cinco anos

Por Douglas Gavras 
Atualização:

O grupo italiano Sol, de biotecnologia, produção de energia e saúde, assumiu o controle de três empresas de home care no Brasil. O plano é investir entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões no País nos próximos cinco anos, além das aquisições, e o negócio inclui o controle de 85% das brasileiras Global Care, Unitcare e DN Global.

Oexecutivo da Global Care, Euro Palomba, em seu escritorio na Bela Vista 

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Juntas, as três empresas brasileiras faturam cerca de R$ 100 milhões por ano e a intenção é que, com o negócio, os italianos consigam aumentar a participação no mercado de atenção domiciliar do País. 

O grupo, que teve faturamento global de € 745 milhões (cerca de R$ 3,2 bilhões) em 2017, começou a atuar no Brasil em 2015, com a Vivisol, que aluga equipamentos médicos para empresas de home care

“Com esse primeiro movimento, eles puderam conhecer o mercado brasileiro e avaliar possibilidades de novos negócios”, diz Euro Palomba, executivo responsável pelas três empresas, mesmo com o controle pelos europeus.

Mesmo após a recessão, que tirou 3 milhões de brasileiros dos planos de saúde, a perspectiva dos investidores é que o mercado de home care cresça nos próximos anos, dado o processo de envelhecimento da população e o aumento da procura pelos brasileiros de cuidados médicos específicos.

A população com mais de 60 anos representa mais de 13% dos brasileiros e deve dobrar até 2042, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2014, o setor de cuidados domiciliares movimentou R$ 3 bilhões, com 310 mil pacientes em internação domiciliar e 630 mil atendidos em casa, com consultas médicas, segundo dados da Nead, que representa empresas desse segmento.

A intenção é que, após essa primeira aquisição, o grupo ganhe fôlego para mais investimentos na América Latina. As empresas já atuavam em três regiões e agora passam a operar também no Centro-Oeste. “No médio, prazo, a perspectiva é atuar em todas as regiões do País.” 

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“O home care será um dos últimos segmentos do setor de saúde a passar por um processo de consolidação. O que impedia isso eram as questões trabalhistas. Com a permissão para terceirizar atividades-fim, no ano passado, uma série de investidores estrangeiros têm se interessado pelo segmento”, diz Palomba.

Ele avalia, no entanto, que ainda serão necessários investimentos pesados para melhorar a formação técnica dos cuidadores no País e, assim, aumentar a profissionalização desse segmento. 

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