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Hardinge nega oferta da Romi e cria mecanismo de proteção

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Por Redação
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O Conselho de Diretores da norte-americana Hardinge rejeitou por unanimidade a proposta de compra da empresa apresentada pela Romi por 92 milhões de dólares, e criou um mecanismo para se proteger de ofertas hostis. Segundo a Hardinge, a proposta do grupo brasileiro é inadequada, oportunista e não representa os melhores interesses dos acionistas da companhia. A Romi --fabricante de máquinas-ferramenta-- anunciou no início do mês oferta de 8 dólares por ação da Hardinge, depois de não ter tido sucesso em negociar com a diretoria da empresa norte-americana, que também se dedica ao desenvolvimento, fabricação, venda e prestação de serviços ligados a máquinas-ferramenta. "Como manifestado anteriormente, os negócios da Hardinge e o preço de suas ações têm sido reduzidos pela forte recessão global e crise financeira", disse a diretoria da Hardinge em comunicado nesta quinta-feira. "Entendemos que faz sentido para a Romi tentar adquirir a Hardinge no fundo do ciclo econômico, e no momento em que se vislumbra uma recuperação", acrescentou. Segundo a diretoria da Hardinge, a companhia está bem capitalizada e posicionada para se beneficiar da forte recuperação da indústria durante o processo de retomada da economia global. Procurada, a Romi não tinha representantes imediatamente disponíveis para comentar o assunto. MECANISMO DE PROTEÇÃO A diretoria da Hardinge também aprovou um plano de direitos para os acionistas com prazo de 1 ano para garantir que os sócios da empresa tenham tratamento "justo e igualitário" em caso de uma tentativa de compra do grupo. Os acionistas da Hardinge receberão uma opção em 1o de março que só poderá ser exercida se algum pretendente adquirir uma participação relevante na companhia. O mecanismo de proteção contra ofertas hostis envolve a criação de uma nova classe de ações preferenciais da empresa e "vai desencorajar a compra de mais de 20 por cento das ações com direito a voto da Hardinge sem negociações com o Conselho", segundo a companhia. Além da presença nos EUA, a Hardinge tem fábricas na Suíça, Taiwan e Xangai. A Romi não possui unidade produtiva nos EUA, mas tem uma pequena distribuidora em Cincinnati. Às 13h41, as ações da Hardinge exibiam alta de 2,06 por cento em Nova York, a 8,43 dólares. Na Bovespa, os papéis da Romi cediam 0,95 por cento, para 14,55 reais. Ambas as ações apresentavam baixo volume de negócios. A Hardinge divulgou também nesta quinta-feira que teve prejuízo líquido de 33,3 milhões de dólares em 2009, com receita no ano de 214,1 milhões de dólares. Isso se compara ao prejuízo de 34,3 milhões de dólares e receita de 345 milhões de dólares no ano anterior. (Por Cesar Bianconi)

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