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Harry Potter está de volta, sob críticas

Venda de novo livro com bruxo adulto decepcionou parte dos fãs do original

Por Alexandra Alter
Atualização:
ARQUIVO 05/08/2016 ALIAS Pe?a Harry Potter and The Cursed Child, em Londres, em que o personagem aparece na idade adulta. Cr?dito: MANUEL HARLAN/DIVULGA??O 

A editora Scholastic tinha grandes expectativas para o livro Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, lançado em 31 de julho com uma enorme tiragem de 4,5 milhões de exemplares (o livro chega dia 31 de outubro ao Brasil, pela Rocco).

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O otimismo tinha razão de ser. A peça que originou o livro foi uma sensação, vendendo mais de 2 milhões de unidades em 48 horas, o que a Scholastic classificou como “vendas sem precedentes para um livro derivado de um roteiro”. Mais de 5 mil livrarias fizeram festas para celebrar o lançamento. 

A peça, que está sendo considerada como o oitavo capítulo da saga Harry Potter, é uma continuação da história, mas com grandes diferenças de estilo e forma. Foi escrita pelo dramaturgo Jack Thorne, com sugestões da autora da série, J.K. Rowling, e do diretor da peça, John Tiffany.

Adulto. A ação se desenrola 19 anos depois da Batalha de Hogwarts. Harry Potter, agora pai e um servidor público trabalhando no Ministério da Magia, vê seus próprios filhos sendo enviados para Hogwarts.

Em uma resenha para o The New York Times, Michiko Kakutani escreveu que a história foi bem traduzida para a página. “Apesar de não ter os muito comentados efeitos especiais, ainda é uma leitura envolvente, daquelas de ficar a noite inteira acordado”. A publicação do livro coincidiu com a estreia da peça em Londres, que teve resenhas entusiasmadas tanto da crítica quanto do público.

Já o livro, que chega quase uma década após o fim da série de J.K. Rowling, encontrou detratores entre os fãs. Enquanto alguns leitores se entusiasmaram com a ideia de saber mais sobre Harry Potter e seus amigos, outros acusaram a autora de “licenciar” sua obra.

Alguns fãs se queixaram nas redes sociais, afirmando que se sentiram enganados pelo fato de o nome de Rowling aparecer de forma proeminente na capa.

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“Este não é um livro do Harry Potter. E eu francamente me sinto enojado ao adicioná-lo à coleção”, frisou um fã desapontado na Amazon. “Parece uma peça escrita por um fã. E mal escrita.”

Lucros. Para a Scholastic, os livros sobre Harry Potter são uma aposta para lá de lucrativa. A série vendeu 160 milhões de cópias nos EUA e mais de 450 milhões no mundo todo. No trimestre fiscal encerrado em 31 de maio, as vendas da Scholastic subiram 12% na categoria infantil e 14% na lista geral. Segundo a companhia, o resultado se deu “muito em razão da série Harry Potter”.

As vendas de Harry Potter e a Criança Amaldiçoada são um testamento da longevidade da franquia, ainda que as vendas tenham ficado muito atrás do recorde estabelecido por Harry Potter e as Relíquias da Morte, em 2007. O sétimo livro da série vendeu 8,3 milhões de exemplares nas primeiras 24 horas de comercialização.

Alguns fãs tinham a esperança de que J.K. Rowling, que passou a produzir ficção para adultos, poderia tirar Harry Potter da aposentadoria e escrever mais histórias. No entanto, a própria autora colocou um fim nessas especulações recentemente.

“Ele passa por uma jornada muito grande durante essas duas peças. Depois disso, acho que será a hora do ponto final”, disse Rowling em uma entrevista à agência Reuters. “Estou feliz de ver isso realizado de uma forma tão bonita, mas Harry Potter acabou agora.”

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