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IBC-Br aponta desaceleração, mas não põe fim às discussões sobre ritmo

Na visão do professor da USP, Fabio Kanczuk, índice foi baixo e mostra que já no segundo trimestre a economia cresceu menos que 4% em termos anualizados

Por Fabio Graner e da Agência Estado
Atualização:

O resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) do mês de maio de fato aponta para uma desaceleração da economia brasileira nesse segundo semestre, mas ainda não elimina as discussões sobre se o ritmo para o qual o País está se encaminhando será suficiente para colocar a inflação de volta à meta de 4,5%.

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Na visão do professor da USP, Fabio Kanczuk, o número divulgado nesta quarta-feira, 13, veio baixo e mostra que já no segundo trimestre a economia cresceu menos que 4% em termos anualizados. Segundo ele, a desaceleração reflete o impacto das medidas macroprudenciais (alta de compulsórios e aperto no crédito) adotadas no final do ano passado. O economista considera que, com o processo de alta dos juros tendo seu efeito pleno no segundo semestre, a atividade econômica deve perder mais vigor, rodando na casa de 3% de expansão em termos anualizados.

Com a economia operando abaixo do seu potencial, Kanczuk considera que a inflação vai começar a apresentar resultados mais favoráveis ao longo do tempo e fechar o ano que vem abaixo de 5%.

Para o economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos, apesar de evidenciar alguma desaceleração, o resultado do IBC-Br em maio não indica que a economia já está caminhando no ritmo necessário para colocar a inflação de volta ao centro da meta. Segundo ele, o resultado fechado do segundo trimestre, que será divulgado no mês que vem, deve mostrar um crescimento mais perto de 1% (em torno de 4% anualizado), o que ainda, na visão do economista, seria insuficiente para derrubar a inflação.

Santos também espera um impacto da alta dos juros na atividade econômica no segundo semestre, mas não vê um crescimento trimestral muito menor. Ele acredita que a taxa trimestral deve rodar na casa de 0,8% de expansão e que, para colocar a inflação na meta, esse ritmo deveria estar mais para a casa de 0,5% por trimestre durante algum tempo.

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