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IEA: preços agrícolas sobem 3,94% em novembro

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo, 1 - O índice de preços recebidos pelos agricultores (IPR) subiu 3,94% em novembro, variação que ficou 3,79 pontos percentuais acima da registrada em outubro, no quarto mês consecutivo de alta. Os cálculos são do pesquisador Nelson Batista Martin, diretor do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Ele observa que a alta de elevação dos preços agrícolas em novembro foi a maior desde a primeira quadrissemana de agosto. "A tendência de alta deve manter-se forte em função de aumento nas cotações do café, cana-de-açúcar, laranja e principalmente dos produtos de origem animal. Em novembro, dos 19 produtos pesquisados por Martin, oito apresentaram aumento de preços (banana, café, cana-de-açúcar, laranja, aves, boi, ovos e suínos). "Entre os vegetais, a alta nos preços de quatro produtos, mesmo com a queda em outros nove, gerou elevação de 2,50% no índice do grupo. Já no segmento animal, o crescimento nas cotações de aves, boi, ovos e suínos gerou a variação positiva de 6,53% nos preços do grupo." O destaque de alta em novembro foi para o preço do café, "devido ao atraso da safra colombiana, além da menor disponibilidade de café de qualidade no Brasil, destinado às exportações. Segundo Martin, no período de janeiro a novembro deste ano o IPR subiu 7,15% e ficou 4,44% abaixo do IGP-M (11,59%) e 0,82% acima do IPC-Fipe. 6,33%. "No ano, dez produtos apresentaram crescimento no preço, com destaque para batata, café, cebola, aves e suínos que tiveram aumento acumulado superior a 20%. Já banana, cana-de-açúcar, feijão, boi e leite registraram aumentos inferiores a 20%, enquanto nove produtos tiveram reduções no preço, dos quais seis com mais de 20% (algodão, amendoim, arroz, soja, tomate e trigo) ." Ele destaca a alta de 44,58% no preço dos suínos neste ano, recuperando-se da forte crise do ano anterior, em função de elevado descarte de matrizes no início do ano. Ainda no ano de 2004, a maior queda de preço foi verificada no arroz, em função da safra abundante, associada a fortes importações dos países do Mercosul, estimuladas pela valorização do real. Ao comentar a variação anualizada, Martin explica que o IPR apresentou um recuo contínuo até março deste ano, quando iniciou lenta recuperação. "Com o desempenho em novembro, esse índice acumulado apresentou variação positiva de 8,82%, em comparação com 12,28% do IGP-M e 6,35% (estimado) do IPC-Fipe. Assim, os preços agrícolas nos últimos doze apresentam perda de 3,46 pontos percentuais em relação ao IGP-M e ganho de 2,47 pontos percentuais frente ao IPC-Fipe." Ao analisar os últimos doze meses, Martin diz que dez produtos apresentaram crescimento positivo no preço, dos quais cinco com altas superiores a 20% e cinco com taxa inferior a 20%. A batata foi o destaque de alta, com +68,75%, em função da menor oferta no ano, além de problemas climáticos que comprometeram a qualidade do produto. A maior queda ocorreu no preço da soja (-32,42%), motivada pela elevação da oferta mundial em mais de 20%, para um mercado consumidor que cresce cerca de 5% ao ano, e da supersafra americana de 86 milhões de toneladas.

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