Publicidade

Iguatemi compra fatia de 23% no brechó de luxo Etiqueta Única

Além de ampliar o seu próprio mercado, a rede de shoppings quer desbravar o nicho da economia circular, que está em expansão em todo o mundo

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães
Atualização:

O Iguatemi, dono de 16 shopping centers no País, fechou a compra de uma fatia de 23,08% do brechó de luxo Etiqueta Única, por R$ 27 milhões. Além de ampliar o seu próprio mercado, a rede de shoppings quer desbravar um nicho em expansão em todo o mundo, o da economia circular, que tem atingido fortemente o mercado da moda, um dos que geram mais impactos ao meio ambiente.

“Vemos uma sinergia muito grande com a nossa base de clientes”, afirma a presidente do Grupo Iguatemi, Cristina Betts, que no início do ano assumiu o comando do conglomerado no lugar de Carlos Jereissati Filho, que é da família fundadora da empresa. Pelo acordo, assinado ontem pelas companhias, o Iguatemi terá a opção de comprar o controle da empresa em até três anos. O grupo ocupará dois assentos no conselho da empresa após o investimento.

Etiqueta Única poderá ter pequenas lojas dentro dos centros de compras da rede Iguatemi. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

PUBLICIDADE

Grandes marcas

O Iguatemi quer usar sua estrutura para alavancar o negócio do Etiqueta Única, que seguirá sob o comando de seu fundador, Nelson Barros. Tendo em sua prateleira marcas como Chanel, Prada e Gucci, o brechó, que hoje é 100% online, poderá ter pequenas lojas, os chamados guide shops, dentro dos centros de compras do Iguatemi. Segundo Barros, um dos pontos a favor do mercado de segunda mão no segmento de luxo é um ciclo de vida maior das peças.

A parceria entre Iguatemi e Etiqueta Única nasceu, na verdade, há um ano, por meio da plataforma do grupo batizada de Iguatemi 365, uma espécie de marketplace para a venda online de seus lojistas. 

O negócio ocorre alguns meses depois de a Arezzo ter entrado nesse segmento com a aquisição da Troc, que também está focada em um mercado de alto padrão.

O potencial desse setor de segunda mão está sob os holofotes principalmente depois da abertura de capital de um dos maiores brechós do mundo, a thredUP, na Bolsa de Nova York, chegando a ser avaliada no mercado por US$ 1,3 bilhão.

Publicidade

Segundo projeções da consultoria alemã Statista, o mercado de segunda mão no mundo está no início de uma enorme curva de crescimento. Em 2021, esse mercado girou, globalmente, US$ 36 bilhões (mais de R$ 180 bilhões), sendo que a previsão é de alcançar US$ 43 bilhões (cerca de R$ 215 bilhões) neste ano e US$ 77 bilhões (cerca de R$ 380 bilhões), em 2025.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.