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Impacto da desoneração da cesta básica na inflação dá sinais de esgotamento

Segundo a FGV, mesmo entre os preços que ainda caem, o ritmo de deflação é bem menor que o repasse integral da desoneração

Por Denise Abarca e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - Em termos de inflação, o impacto da desoneração do PIS/Cofins sobre os produtos da cesta básica dá sinais de esgotamento, na opinião do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti. Em entrevista ao Broadcast, o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) destacou que, dentro do indicador, há uma série de itens pertencentes à cesta que estão com o processo de queda exaurido ou em desaceleração. "E, mesmo os preços que ainda estão caindo, caem num nível bem inferior ao que seria o repasse integral da desoneração", afirmou.

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"Nesta semana começou a ficar claro que o impacto está acabando. É difícil separar o que é cesta básica de outros fatores, mas, por exemplo, em carnes bovinas (-2,88% para -2,17%) a queda já é menor e em carnes suínas também (-1,52% para -1,45%)", disse Picchetti, citando ainda pescados frescos (de -0,69% para -0,45%). A comparação das variações foi feita em relação à segunda semana de abril.

Outros produtos já até passaram ao campo positivo, caso de creme dental (de -0,50% para 0,31%), enquanto outros nem chegaram a cair, como sabonete (0,43%). "Está subindo menos, mas já temos segurança de dizer que não haverá impacto de redução", disse especificamente sobre este item.

"Passadas estas seis semanas, o efeito da desoneração já mostrou o que ele é e o que ele não é. Mesmo nos itens que tiveram as maiores quedas, como óleo de soja, o recuo foi menos da metade do que seria só com a desoneração do PIS/Cofins. No caso do sabonete, ainda teve a desoneração do IPI e não caiu nada, só desacelerou o aumento", afirmou.

Entre os que continuam acelerando a deflação, mas ainda não atingiram todo o potencial a partir da desoneração, estão papel higiênico (-2,53% para -2,83%), açúcar (-4,04% para -4,20%) e café em pó (-2,16% para -2,81%).

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