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Inadimplência do crédito livre cai a 4,6% em dezembro

Juro médio nas operações de crédito, no entanto, subiu 0,2 ponto percentual no mesmo período

Por Fabio Graner , Fernando Nakagawa e da Agência Estado
Atualização:

A inadimplência das operações de crédito com recursos livres encerrou 2010 em 4,6%, de acordo com dados divulgados há pouco pelo Banco Central. Em novembro, a taxa era de 4,7% e em dezembro de 2009, estava em 5,5%. Apesar do recuo no ano, a taxa ainda está um pouco acima dos 4,4% verificados em dezembro de 2008.

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A inadimplência das operações com pessoa física encerrou o ano passado em 5,7% ante 7,7% em dezembro de 2009 e 5,9% em novembro de 2010. O índice de inadimplência da pessoa jurídica ficou estável em dezembro ante novembro, em 3,6%. Em dezembro de 2009, os calotes em operações com empresas representavam 3,8% do crédito livre.

Aumento do juro

O juro médio nas operações de crédito nas operações livres subiu de 34,8% ao ano em novembro para 35% em dezembro.

A taxa média praticada nos empréstimos sem destinação específica foi divulgada há pouco pelo Banco Central. A elevação aconteceu, especialmente, nas operações destinadas à pessoa física, cuja taxa média aumentou de 39,1% para 40,6%. Para as empresas, a taxa caiu pelo terceiro mês seguido, passando de 28,6% para 27,9%.

Apesar do aumento do juro médio em dezembro, a margem cobrada pelas instituições financeiras - o chamado spread bancário - caiu, na média, de 23,6 pontos porcentuais para 23,5 pp em dezembro. Essa retração foi liderada pelas operações para empresas, cujo spread regrediu de 17,9 pp para 17 pp. Por outro lado, a margem praticada nos empréstimos para pessoas físicas subiu no mesmo período, de 27,3 pp para 28,5 pp.

O Banco Central também informou que os prazos médios nos empréstimos no crédito livre subiu de 469 dias em novembro para 477 dias em dezembro, sendo que os financiamentos para empresas têm média de 400 dias e para a pessoa física, 561 dias.

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Inadimplência

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, afirmou que a inadimplência para pessoa física deve se estabilizar em torno do atual patamar de 5,7%, que é o menor desde junho de 2001. Ele lembrou que esse indicador vinha em trajetória de queda e afirmou não acreditar que o aperto nas condições de crédito (por conta das medidas prudenciais e do processo de alta da Selic) irá inverter essa tendência, elevando os calotes.

"É provável que a inadimplência se estabilize. A expectativa é que a inadimplência deixe de cair em prazo relativamente curto, mas não trabalhamos com a hipótese de que ela deve subir. A tendência é que se passe por um período de estabilização mais à frente", afirmou.

Em relação à inadimplência das empresas, Altamir considera que o atual nível, em torno de 3,6%, provavelmente é um novo patamar estrutural do segmento, que já chegou a trabalhar com taxas até inferiores a 2%. Segundo ele, a migração das grandes empresas, que têm inadimplência próxima de zero, para a tomada de recursos no mercado de capitais provocou um aumento na média de calotes do segmento pessoa jurídica no crédito livre, que ele acredita ter vindo para ficar. De qualquer forma, Altamir salienta que mesmo assim o nível de inadimplência das empresas é baixo e não causa preocupações.

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