Depois de recuarem por quatro períodos consecutivos, as taxas de inadimplência do Bradesco devem ficar estáveis no quarto trimestre, avalia o vice-presidente executivo do banco, Domingos Ferreira de Abreu. "A grande melhora já aconteceu. Pode até haver uma queda até o final do ano, mas em ritmo menor que nos períodos anteriores", destaca o executivo, que participa neste momento de teleconferência com a imprensa para apresentar os resultados do banco no segundo trimestre.
O banco trabalha com previsão de taxa de 3,7% em dezembro. O indicador fechou o terceiro trimestre em 3,8%, considerando os atrasos acima de 90 dias.
Para 2011, Abreu não vê tendência do indicador. "Trabalhamos com o cenário positivo. Não trabalhamos com reversão desse ciclo de queda", diz Abreu. "Não vemos razões para imaginar que a inadimplência possa voltar a subir. Mas também não vemos espaço para melhora significativa."
Por conta da mudança do mix da carteira, com o crescimento das operações para pequena e média empresa, o executivo não vê o índice voltando para níveis de 3,4% de dezembro de 2008. Em setembro de 2009, o indicador atingiu o pico por conta da crise financeira mundial e chegou a 5%.
No terceiro trimestre, houve queda em todos os segmentos. Na pessoa física, a inadimplência terminou setembro em 5,9%, abaixo dos 6,3% do trimestre anterior e dos 7,6% de setembro do ano passado. Para o segmento, é o menor indicador desde dezembro de 2008. Na pessoa jurídica, considerando a carteira de micros, pequenas e médias companhias, o índice de inadimplência terminou em 3,7%, ante 3,8% do período anterior e 5,1% no terceiro trimestre de 2009.