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Indústria e SRB assinam estatuto do Consecitrus

Por e CORRESPONDENTE
Atualização:

Em uma nova reviravolta, a indústria processadora de suco de laranja e a Sociedade Rural Brasileira (SRB) assinaram, nesta noite de quarta-feira, o estatuto de formação do Consecitrus e excluíram a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) da entidade. A decisão ocorre dois dias depois de a SRB deixar as negociações - em represália à posição da Faesp de exigir uma representatividade maior no conselho - e menos de 24 horas depois de a federação vetar o ex-secretário de Agricultura João Sampaio como superintendente do Consecitrus.O acordo firmado entre a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) e a SRB selou o estatuto e confirmou Sampaio como superintendente do Consecitrus, conselho entre citricultores e a indústria de suco de laranja para estabelecer políticas e diretrizes para a cadeia produtiva de citros. "A meta agora é trazer para o conselho mais representantes dos produtores de laranja, cada um com a mesma representatividade da SRB", disse Sampaio.Pelo estatuto, a SRB irá indicar, inicialmente, três representantes dos produtores rurais, e a indústria, outros três, para formarem o Consecitrus. O presidente da SRB, Cesário Ramalho da Silva, afirmou que o "órgão será o mais pluralista possível e irá agregar o maior número de representantes do setor produtivo", mas não perdeu a oportunidade de alfinetar o presidente da Faesp, Fábio Meirelles."Nós não temos rejeição, mas iremos vetar no Consecitrus quem quer usar o conselho para benefício próprio", disse o presidente da SRB à Agência Estado. "O citricultor estará representado no Consecitrus pela SRB, que é uma entidade próxima e alinhada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e de sua presidente, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO)", completou Silva.Já o presidente da CitrusBR, Christian Lohbauer, informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que "o Consecitrus é um importante passo para a citricultura brasileira, e a ideia agora é trazer para o conselho produtores interessados em somar forças". Entre esses produtores, estariam representantes da Cooperativa de Produtores Rurais (Coopercitrus) e também dissidentes da própria Faesp.ReviravoltasApós dois anos de negociações, a criação do Consecitrus, um conselho para pacificar e normatizar o setor citrícola passou por uma série de reviravoltas nos últimos dias. Na segunda-feira, a SRB deixou as negociações após o presidente da Faesp, Fábio Meirelles, exigir que sua entidade tivesse dois representantes no conselho, por parte dos produtores, e a Sociedade Rural Brasileira apenas um. Ramalho, presidente da SRB, chegou a ceder e propôs que as entidades dos produtores tivessem dois votos cada no Consecitrus e que, em caso de divergências entre as duas, caberia à Faesp o voto de Minerva.A proposta não foi aceita, e a SRB abandonou as conversas. Na noite da terça-feira, quando o estatuto do Consecitrus iria ser assinado, a Faesp vetou a indicação de Sampaio para a superintendência do conselho. O ex-secretário, que intermediou as negociações por quase dois anos, também abandonou as conversas. A decisão isolou a Faesp e fez com que a indústria, representada pela CitrusBR, se aliasse à SRB e assinasse, nesta noite, o estatuto do Consecitrus.O documento será encaminhado agora ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que já avalia processos de concentração econômica no setor de produção de suco de laranja. Somente após a avaliação do Cade, o Consecitrus deve começar a operar.Está previsto que o Consecitrus tenha, além de Sampaio como superintendente, uma equipe operacional para executar as decisões do conselho. Apesar da divisão de votos entre indústria e produtores, qualquer proposta só será realizada se houver unanimidade. O Brasil é o maior produtor de citros.

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