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Inflação do aluguel sobe 0,85% em abril

Usado para reajuste de contratos de aluguel, IGP-M acumula alta de 3,65% nos últimos 12 meses

Por Maria Regina Silva e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) atingiu 0,85% em abril, depois de ficar em 0,43% em março, conforme divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta sexta-feira (27).

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A taxa anunciada hoje ficou dentro das estimativas das 43 instituições do mercado financeiro consultadas pelo AE Projeções. O intervalo das previsões ia de 0,63% a 0,90%, com mediana de 0,75%.

A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-M de abril. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve alta de 0,97% no mês, após subir 0,42% em março. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou variação de 0,55% no fechamento de abril, depois de registrar elevação de 0,48% no mês passado. Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) avançou 0,83%. Em março, o indicador subiu 0,37%.

Até abril, o IGP-M, índice bastante usado para reajuste de contratos de aluguel, acumula alta de 1,47% no ano, e de 3,65% em 12 meses.

Inflação do varejo

Apesar de subir menos que o IGP-M em abril, a inflação do varejo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Mercado (IPC-M), tem alta maior no acumulado: 2,29% no ano e de 5,24% em 12 meses encerrados em abril, segundo a FGV.

O IPC-M subiu 0,55% em abril, após elevação de 0,48% em março. A maior contribuição para a aceleração de alta veio do grupo Despesas Diversas, cuja taxa passou de 0,07% para 2,29% este mês. Nesta classe de despesa, a maior pressão veio de Cigarros, que saiu de zero para alta de 5,72%.

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Na passagem de março para abril, a FGV também registrou acréscimos nas taxas de variação de preços de Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,54% para 0,86%), Vestuário (de 0,27% para 1,03%), Alimentação (de 0,45% para 0,50%), Transportes (0,22% para 0,31%) e Comunicação (de -0,26% para 0,06%).

Já os grupos que apresentaram recuos em suas taxas foram: Habitação (de 0,99% para 0,52%) e Educação, Leitura e Recreação (de 0,27% para 0,26%). Os itens que mais contribuíram para estes movimentos foram as altas de preços registradas em empregados domésticos (de 3,88% para 1,16%) e passagem aérea (de -2,34% para -4,70%), respectivamente.

Projeções

O IGP-M deve perder força em maio e ficar com uma taxa entre 0,45% e 0,50%, na opinião do economista da FGV, André Braz.

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Embora não tenha calculado projeção exata para o índice geral, Braz disse acreditar que, tanto o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) Agropecuário quanto o IPA Industrial, irão desacelerar em maio. Segundo ele, a expressiva alta de quase 12% no preço médio da soja em abril deve diminuir no mês que vem e ter impacto menor sobre o IPA como um todo. "Deve haver uma correção dos preços da soja daqui para frente", comentou, em entrevista à imprensa.

O economista também prevê arrefecimento no Índice de Preços ao Consumidor do IGP-M (IPC-M), dado que o subíndice registrou alta de 0,55% em abril ante 0,48% em março e mostrou movimento resultante de questões pontuais e sazonais. De acordo com ele, no caso dos reajustes dos medicamentos, o impacto maior já fora percebido até o mês de abril.

Já o efeito do aumento do cigarro, cujo preço médio avançou quase 6% neste mês, o item também deve perder força na próxima medição. "A alta de Vestuário (de 0,27% para 1,03%) também foi sazonal e não deve se repetir", acrescentou.

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Braz ressaltou, contudo, que pode haver pressões de alta no IPC-M, de alguns alimentos, como o açúcar cristal e carne bovina, que subiram no IPA. Em abril, estes itens avançaram 0,48% e 1,85%, respectivamente.

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