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Inflação oficial acelera em fevereiro e sobe 0,69%, diz IBGE

Segundo o IBGE, a alta do IPCA se concentrou no aumento das mensalidades escolares; grupo Educação avançou 5,97%

Por Daniela Amorim (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

RIO - A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou aceleração em fevereiro. A taxa ficou em 0,69% em fevereiro, ante uma variação de 0,55% em janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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No ano, o IPCA acumula uma alta de 1,24%. Em 12 meses, a taxa alcançou 5,68%, acima da meta estipulada pelo governo, de 4,5%.

O IPCA do mês concentrou o aumento das mensalidades escolares e, com isso, o grupo Educação, cuja alta atingiu 5,97%, foi responsável por 0,27 ponto percentual da alta do índice. Em cursos regulares, a mensalidade subiu 7,64%.

O resultado do IPCA em fevereiro veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, serviço da Agência Estado, que iam de uma taxa de 0,58% a 0,72%, e acima da mediana, de 0,65%.

Deflação.Dois grupos que integram o IPCA registraram deflação em fevereiro. Transportes registraram queda de 0,05% nos preços no mês, enquanto Vestuário teve redução de 0,40%. No grupo Transportes, o item passagens aéreas registrou um recuo de 20,55% nos preços em fevereiro, o que resultou no item de maior impacto negativo para a taxa do IPCA do mês, com contribuição de -0,12 ponto porcentual. As tarifas dos ônibus interestaduais também ficaram mais baratas, com queda de 0,83% nos preços.

Por outro lado, houve aumento no ônibus urbano, de 1,29%, em função do reajuste na região metropolitana do Rio de Janeiro. Também houve alta de 0,53% nas tarifas dos ônibus intermunicipais, devido a reajustes em Vitória, Porto Alegre e Goiânia.

Quanto aos combustíveis, o litro do etanol ficou 1,87% mais caro em fevereiro, enquanto a gasolina subiu 0,04%. No grupo Vestuário, que passou de queda de 0,15% em janeiro para redução de 0,40% em fevereiro, houve registro de promoções nos artigos de vestuário.

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Alimentos. Embora a estiagem tenha levado a um aumento nos preços de alguns produtos alimentícios, o grupo Alimentação e Bebidas mostrou desaceleração no ritmo de alta, ao passar de uma taxa de 0,84% em janeiro para 0,56% em fevereiro, dentro do IPCA.

"Esse recuo (no ritmo de alta de preços) se deve aos alimentos consumidos dentro do domicílio", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. "O grupo Alimentação foi um dos responsáveis por conter a taxa, diante da pressão do grupo Educação em fevereiro", acrescentou.

Os preços dos alimentos comprados para serem consumidos em casa passaram de uma alta de 0,90% em janeiro para 0,22% em fevereiro. Alguns produtos ficaram mais baratos, como o leite longa vida, a batata-inglesa, feijão-carioca, feijão-preto, alho, frango inteiro, açúcar refinado, frango em pedaços, presunto, café moído, linguiça, ovo de galinhas, pescados e açúcar cristal.

Na direção oposta, ficaram mais caros os itens prejudicados por problemas climáticos, como a estiagem. "A seca afetou a parte dos produtos mais sensíveis ao clima, como as hortaliças e o próprio tomate", lembrou Eulina.

Já os alimentos consumidos fora de casa pesaram mais no bolso do consumidor em fevereiro. A alta foi de 1,21%, com aumentos expressivos nos itens refeição (1,20%), lanche (1,35%), café da manhã (2,14%), refrigerante (0,87%), cafezinho (2,01%) e cerveja (1,23%).

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