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Inflação oficial fica em 5,84% em 2012, acima do centro da meta do governo

Em dezembro, IPCA acelerou para 0,79%; inflação acumulada no ano passado foi menor que em 2011, quando ficou em 6,50%, segundo o IBGE

Por Daniela Amorim (Broadcast), Mariana Congo , da Agência Estado e do Economia & Negócios
Atualização:

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou para 0,79% em dezembro de 2012, segundo o dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 10. Em novembro passado, o índice ficou em 0,60%.

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Com o número, a inflação acumulada em 2012 ficou em 5,84%, acima do centro da meta de 4,50% do governo, mas abaixo do resultado de 2011, quando ficou em 6,50% (no teto da meta). Esse é o terceiro ano seguido que a inflação oficial do ano fica acima do centro da meta do Banco Central.

O IPCA mensal de dezembro é o maior desde março de 2011, quando marcou a mesma taxa de 0,79%, segundo o IBGE. Para os meses de dezembro, o número é o maior desde 2004, quando a taxa ficou em 0,86%.

Ano  Meta  Limites inferior e superior Inflação Anual pelo IPCA
 2012  4,5%  2,5% e 6,5%  5,84%
 2011  4,5%  2,5% e 6,5%  6,50%
 2010  4,5%  2,5% e 6,5%  5,91%
 2009  4,5%  2,5% e 6,5%  4,31%

 Fonte: Banco Central

A aceleração da inflação nos últimos meses de 2012 foi causada pelo aumento nos preços dos alimentos, segundo o IBGE. A taxa no IPCA foi aumentando gradualmente desde agosto, quando estava em 0,41%, até dezembro, quando atingiu 0,79%. "Aceleração da inflação nos últimos meses de 2012 foi pressionada pelos aumentos nos alimentos, basicamente causados por problemas climáticos", afirmou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. No ano, o grupo Alimentação e Bebidas exerceu a maior pressão sobre o IPCA, que subiu 9,86%, acima da variação de 7,18% em 2011. O grupo é responsável por 23,93% do orçamento das famílias. Portanto, embora não tenha registrado a maior variação em 2012, teve o maior impacto sobre a inflação do ano, de 2,27 pontos porcentuais, o equivalente a 39% da taxa do IPCA de 2012. Exerceram pressão os alimentos consumidos fora do domicílio, com elevação de 9,51% no ano, após a alta de 10,49% de 2011. O item refeição fora do domicílio aumentou 8,59% em 2012, o segundo principal impacto individual no IPCA do ano, o equivalente a 0,41 ponto porcentual. Mas todos os itens relativos à alimentação fora de casa aumentaram, ressaltou o IBGE. Os alimentos consumidos no domicílio ficaram 10,04% mais caros em 2012, principalmente devido a problemas climáticos. A alta em 2011 tinha sido de 5,43%. Na direção oposta, pesaram menos no bolso do consumidor o açúcar cristal (-8,74%) e o refinado (-3,22%) e as carnes (-0,67%).

Empregados domésticos

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Os empregados domésticos lideraram a lista de itens de maior impacto sobre a inflação no ano. O aumento de 12,73% nos custos com os empregados domésticos em 2012 resultou em uma contribuição de 0,45 ponto porcentual para a alta de 5,84% no IPCA do período.

Em segundo lugar entre os itens de maior impacto no IPCA do ano ficou o item refeição fora, com aumento de 8,59% em 2012, o equivalente a uma contribuição de 0,41 ponto porcentual.

 Na direção oposta, os automóveis novos exerceram o principal impacto para baixo no IPCA do ano, com queda de 5,71%, uma contribuição negativa de 0,21 ponto porcentual. Os automóveis usados caíram 10,68%, com o segundo principal impacto negativo na inflação de 2012, o equivalente a menos 0,18 ponto porcentual.

Juntos, os automóveis novos e usados contribuíram para conter em 0,39 ponto porcentual a taxa do IPCA de 2012, graças à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Despesas pessoais

Na classificação de grupos, Despesas pessoais registrou a maior variação em 2012 dentro da inflação medida pelo IPCA: de 10,17%.

Na direção oposta, os Transportes tiveram a menor variação entre os grupos, com aumento acumulado de apenas 0,48% em 2012.

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Entre os demais grupos, Habitação teve alta de 6,79%; Artigos de residência, de 0,84%; Vestuário, de 5,79%; Saúde e cuidados pessoais, de 5,95%; Educação, de 7,78%; e Comunicação, de 0,77%.

Inflação da baixa renda

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,74% em dezembro, após ter registrado alta de 0,54% em novembro. Com o resultado, o índice acumulou uma alta de 6,20% em 2012. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.

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