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Insumo agrícola: federações estudam movimento contra alta de preço

Por Agencia Estado
Atualização:

Porto Alegre, 17 - Federações da Agricultura de vários Estados estudam um movimento contra a alta nos preços dos insumos e máquinas agrícolas, informou hoje o presidente da entidade gaúcha Farsul, Carlos Sperotto, que também preside a Comissão Nacional de Crédito Rural. Uma das alternativas, sugerida por representantes do Mato Grosso e bem recebida por outros Estados, é a suspensão das compras destes produtos, por um período ainda indeterminado, como forma de abrir a negociação com os fabricantes. Sperotto disse que houve um aumento "indiscriminado" nos preços dos insumos e máquinas, que está esgotando a margem de renda dos produtores. O dirigente afirmou que esta "compra zero", como batizou a proposta, será discutida em reunião das federações que deverá ser agendada para a próxima semana, em Brasília. Antes disso, haverá um encontro das entidades em Campo Grande (MS), na segunda-feira (22). A alta dos insumos chega a 100% no período de um ano, disse Sperotto. Ele deu o exemplo de um equipamento de irrigação, cujo preço equivalia a R$ 1,6 mil por hectare para o produtor em 2002. No ano seguinte, o valor subiu para R$ 3,3 mil e agora custa R$ 6,8 mil. Por causa dos aumentos, na prática os produtores já estão postergando ou mesmo cancelando a compra de insumos, analisou o dirigente. Para ele, a redução de investimentos em tecnologia irá afetar a produtividade da lavoura. Antes de deliberar pela suspensão das compras, contudo, Sperotto defendeu que as negociações sejam esgotadas com os setores envolvidos. Além dos fabricantes, o governo também tem responsabilidade na alta dos custos para a agricultura, avaliou ele, ao reduzir o crédito rural e limitar a parcela de financiamentos com juros fixos. Embora o plantio da safra de verão já esteja adiantado, a possível suspensão da compra de insumos e máquinas teria efeito em operações de financiamento que estão em andamento e também na safrinha, projetou Sperotto. Outra opção discutida pelas entidades rurais é a de encaminhar um processo ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), disse Sperotto, sem detalhar esta hipótese.

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