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IPO de Casa de Pedra seria maior que US$2 bi, diz Steinbruch

Por ALBERTO ALERIGI JR.
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Uma oferta de ações da mina Casa de Pedra, da CSN, movimentaria um valor "muito maior" que 2 bilhões de dólares, caso a empresa decida abrir o capital da unidade, afirmou nesta segunda-feira o presidente da siderúrgica, Benjamin Steinbruch. Ele voltou a afirmar que a intenção da CSN é zerar todo o endividamento "no menor espaço de tempo possível". No final de junho, a dívida líquida da companhia estava em 4,9 bilhões de reais. Steinbruch não informou, porém, se uma eventual operação com a mina de Casa de Pedra poderia ajudar na tarefa. Na semana passada, executivos de bancos ouvidos pelo IFR, uma publicação da Thomson Reuters, informaram que uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de Casa de Pedra poderia movimentar 2 bilhões de dólares, em uma transação que avaliaria 100 por cento da mina em cerca de 7 bilhões de dólares. Segundo a IFR, os recursos de uma oferta poderiam ser suficientes para a CSN eliminar toda a sua dívida de uma só vez. Steinbruch afirmou que a principal dificuldade da CSN em definir a estratégia para seu principal ativo de mineração é a lucratividade que a mina oferece. Casa de Pedra deve fechar este ano com capacidade de produção de 40 milhões de toneladas de minério de ferro e tem planos de expansão 50 milhões de toneladas anuais em 2012. "O IPO de Casa de Pedra depende muito do mercado e o mercado hoje está muito favorável, mas seria muito mais de 2 bilhões (de dólares). Temos que olhar com cuidado porque é um ativo muito bom com os investimentos para aumento de produção", afirmou Steinbruch a jornalistas pouco antes de participar de fórum econômico na FGV-SP. "Ele (investimento da CSN na Casa de Pedra) é tão bom que na hora de vender parte dele não se tem onde aplicar o dinheiro que lhe dê um retorno tão bom. A dificuldade nossa de vender é que depois não acharemos uma oportunidade para substituir", afirmou o executivo. Segundo ele, "todo mundo" está interessado em uma eventual operação no mercado de capitais com Casa de Pedra. "Não só investidores estratégicos, ligados à mineração, como do setor financeiro também." Steinbruch, entretanto, não afirmou se a CSN já recebeu uma proposta firme pela mina. A CSN concluiu em outubro do ano passado negociação para venda de 40 por cento da Namisa, produtora de minério de ferro também do grupo, a um consórcio formado por seis empresas japonesas e uma sul-coreana, pelo valor de 3,12 bilhões de dólares. Sobre Casa de Pedra, Steinbruch comentou que a CSN poderia oferecer uma participação semelhante à vendida da Namisa, mas foi ambíguo: "A gente jamais venderia o controle, mas isso poderia ser feito desde que valesse a pena. Tem que valer a pena". A mina de Casa de Pedra, segundo a CSN, tem reservas de 3,5 bilhões de toneladas de minério. Pelo menos 2006 a companhia vem informando interesse em uma eventual oferta de ações da unidade.

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