POLÍTICA DE PREÇOS
Para analistas de mercado, a política de preços permanece um elemento chave para a recuperação da confiança dos investidores, diante de todas as perdas enfrentadas pela empresa com a importação de combustíveis nos últimos anos.
"A nosso ver, infelizmente, segue a política de costume de sacrificar os aumentos de preços para apoiar a macro-agenda política", afirmou o Itaú BBA.
O governo brasileiro, sócio majoritário da petroleira, controla os preços dos combustíveis e evita que oscilações do preço do barril do petróleo interfira no mercado interno.
Nos últimos anos, a área de Abastecimento da estatal sofreu grandes perdas ao importar combustíveis para suprir a demanda interna, já que os preços no país foram mantidos em patamares mais baixos do que no exterior.
Segundo cálculos do Itaú BBA, apenas no primeiro semestre deste ano, a Petrobras teve perdas de 2,9 bilhões de reais com importações de gasolina e diesel.
Relatório publicado pelo Goldman Sachs, após o anúncio dos reajustes, disse que a Petrobras pode enfrentar uma decisão complexa para manter seu fluxo de caixa em níveis sustentáveis em um cenário potencial de enfraquecimento da moeda.
A decisão, segundo o banco, seria entre aumentar os preços domésticos --com implicações para a inflação--, cortar investimentos ou acessar mercados de dívida.
(Por Marta Nogueira, com reportagem adicional de Priscila Jordão)