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Depois de 'divórcio', Itaú volta a ser acionista da XP em operação de R$ 8 bilhões

Aproveitando condição vantajosa, banco anunciou que exerceu seu direito de comprar cerca de 11% do capital da corretora de Guilherme Benchimol após ter repassado papéis que detinha anteriormente aos acionistas

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Pouco tempo depois do “divórcio” com a XP, o Itaú Unibanco voltou a ser acionista da maior corretora do País. A instituição financeira acaba de exercer seu direito de fazer essa compra adicional de ações, conforme acordo de R$ 12 bilhões firmado entre elas em 2017 e que deu ao banco 49,9% da corretora. Dessa vez, o Itaú desembolsará uma fatia de R$ 8 bilhões por 11,36% na companhia fundada por Guilherme Benchimol. 

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O novo investimento na XP, quatro anos após o aporte inicial, não deverá alterar a governança da empresa, informou o Itaú ao mercado. A instituição financeira destacou que não espera que o negócio tenha em efeitos relevantes em seus resultados. Depois de perder cerca de 15% de valor neste ano, a XP vale na Nasdaq cerca de R$ 70 bilhões – já chegou a quaseR$ 130 bilhões.

O retorno do Itaú ao capital da XP era esperado. O presidente do banco, Milton Maluhy, vem desde o ano passado informando ao mercado que o Itaú exerceria seu direito de aquisição. O aval do Banco Central para esse passo, contudo, só veio neste mês. Na época o executivo disse que ainda seria definido o que o banco dará com essa nova participação: se venderá, embolsando os ganhos, ou segregará em uma nova empresa, como fez com sua participação anterior.

Itaú comprou fatia da XP Investimentos por R$ 8 bilhões Foto: Aline Bronzati/Estadão

No começo do ano passado, o Itaú detinha uma participação de 46% na XP.Primeiro, vendeu 5% no mercado. Depois, para deixar de ser sócio, cindiu os 41% restantes em um nova empresa. Depois disso, as ações acabaram sendo distribuídas, proporcionalmente, aos seus acionistas, sendo que a maior fatia ficou com a holding Itaúsa, que controla o banco, de cerca de 19%. Já neste ano, a Itaúsa também vendeu parte de sua posição e já embolsou R$ 1,8 bilhão, detendo atualmente cerca de 11%.

Histórico

Pouco antes do Itaú anunciar publicamente que sairia do capital da XP, houve uma disputa entre as companhias.A rusga teve início com uma campanha publicitária lançada em horário nobre, na Rede Globo, na qual o Itaú criticava um dos pilares do negócio da XP: a distribuição via agentes autônomos. O banco questionou a remuneração desses profissionais, feita por meio do comissão, o que poderia fazer esse profissional indicar ao seu cliente um produto com a melhor remuneração para ele – e não necessariamente para o cliente. 

A XP prontamente reagiu. A corretora usa como “mantra” que seus principais concorrentes são os grandes bancos, que concentram grande parte dos investimentos dos brasileiros. Roberto Setubal e João Moreira Salles já foram do conselho de administração da XP, mas deixaram o posto antes da abertura de capital da companhia, no fim de 2019.

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